A Nvidia está se preparando para lançar uma tecnologia inovadora voltada para a fabricação de robôs humanoides, com previsão de chegada ao mercado no primeiro semestre de 2025. A empresa, conhecida por sua liderança em chips gráficos e inteligência artificial, visa consolidar sua posição no emergente setor de robótica. Ao invés de competir diretamente na fabricação dos robôs, a Nvidia se propõe a ser uma fornecedora chave de tecnologia, criando uma plataforma robusta para empresas que desejam desenvolver robôs humanoides.

O Jetson Thor, apresentado no início de 2024, é a mais recente adição à plataforma Jetson da Nvidia. Esta linha de computadores compactos foi projetada para suportar aplicações avançadas de inteligência artificial (IA). O novo modelo é especialmente voltado para o desenvolvimento de robôs humanoides, atendendo à demanda crescente por tecnologias que permitam a criação de máquinas mais inteligentes e versáteis.

O Jetson Thor não é apenas um produto novo da Nvidia, mas um passo importante em sua estratégia para se tornar a principal fornecedora de tecnologia no setor de robótica. A plataforma Jetson já é utilizada em diversas indústrias para tarefas que exigem processamento de IA, como veículos autônomos e drones. Agora, com a versão Thor, a Nvidia expande suas operações para o campo da robótica humanoide, onde a demanda por soluções tecnológicas avançadas está crescendo rapidamente.

Um dos aspectos que diferencia a Nvidia de outras empresas no setor de robótica, como a Tesla, é seu modelo de negócios. Em vez de entrar diretamente na produção de robôs humanoides, a Nvidia se posiciona como uma fornecedora de tecnologia. A empresa cria plataformas poderosas, como o Jetson Thor, que permitem que outros fabricantes de robôs integrem as tecnologias de IA e computação necessárias para criar robôs mais eficientes e inteligentes.

Esse modelo é semelhante ao que a Google fez com o sistema Android, fornecendo uma plataforma para fabricantes de smartphones em vez de fabricar os dispositivos. Da mesma forma, a Nvidia espera fornecer sua tecnologia para centenas de milhares de empresas que fabricam robôs, em vez de competir diretamente no mercado de robôs, que já conta com grandes players como a Tesla.

Um dos maiores desafios da Nvidia será navegar em um mercado altamente fragmentado. O setor de robótica não é dominado por poucos grandes players, como o mercado de smartphones. Em vez disso, há uma infinidade de pequenas e médias empresas desenvolvendo robôs para diferentes aplicações, desde a automação industrial até a assistência pessoal.

Deepu Talla, vice-presidente de robótica e computação de ponta da Nvidia, explicou em uma entrevista durante a conferência da empresa em Tóquio que a Nvidia está mirando esse mercado fragmentado, oferecendo sua plataforma para um grande número de fabricantes de robôs. A plataforma Jetson Thor, com sua capacidade de suportar IA avançada e computação em tempo real, será uma peça fundamental para esses fabricantes.

Para expandir ainda mais sua presença no setor de robótica, a Nvidia já firmou parcerias estratégicas com grandes nomes da indústria, como Siemens e Universal Robots. Essas colaborações são essenciais para garantir que a tecnologia da Nvidia seja amplamente adotada por empresas que já estão no mercado de robótica e que desejam integrar capacidades de IA em seus produtos.

Essas parcerias também refletem a confiança crescente no potencial da Nvidia para se tornar um líder em robótica, oferecendo não apenas soluções de hardware, mas também softwares poderosos para otimizar o desempenho de robôs humanoides.

Enquanto a Nvidia se concentra em fornecer as ferramentas para a criação de robôs, a Tesla está tomando uma abordagem diferente, desenvolvendo o seu próprio robô humanoide, o Optimus. Elon Musk, CEO da Tesla, anunciou que o robô será lançado em uma produção limitada até o final de 2025, com a intenção de usá-lo nas fábricas da Tesla antes de expandir sua produção para clientes externos.

Embora a Tesla esteja criando seu próprio robô, sua abordagem difere da da Nvidia, que se foca em fornecer as bases tecnológicas para um mercado mais amplo. A Nvidia não compete diretamente com empresas como a Tesla, mas sim oferece as ferramentas para que essas empresas e outras desenvolvam robôs mais sofisticados e funcionais.

Optimus.