Galípolo elogia falas de Haddad e Ceron sobre Selic: declarações são “um luxo”
Haddad defendeu a redução gradual dos juros, enquanto Ceron destacou os impactos da Selic elevada, mas ambos elogiaram o trabalho do BC.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, classificou como um “luxo” os comentários recentes do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do secretário do Tesouro, Rogério Ceron, sobre a taxa Selic. Segundo ele, a delicadeza, a gentileza e a educação demonstradas nas declarações contribuem para um debate econômico mais construtivo e equilibrado.
As declarações aconteceram logo após a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e geraram repercussão sobre o futuro da política monetária no Brasil, especialmente em um momento em que os juros estão elevados, influenciando a economia e o crédito no país.
Elogio de Galípolo às declarações de Haddad e Ceron
Durante a entrevista coletiva sobre o Relatório de Política Monetária (RPM) nesta quinta-feira (25), Galípolo afirmou que ter líderes econômicos comentando a política monetária de forma respeitosa é um privilégio.
“Eu, pessoalmente, acho um luxo você ter o ministro da Fazenda e o secretário do Tesouro Rogério Ceron fazendo comentário sobre a política monetária com a delicadeza que eles fizeram, com a gentileza que eles fizeram e com a educação que eles fizeram”, disse o presidente do BC.
O elogio reforça a ideia de que críticas e opiniões divergentes podem coexistir com respeito à autonomia do Banco Central, elemento essencial para a credibilidade da política econômica.
Comentário de Haddad sobre a Selic
Na terça-feira, após a publicação da ata do Copom, o ministro Fernando Haddad declarou que não considera justificável a taxa Selic permanecer em 15%. Segundo ele, os juros altos têm impacto direto sobre o consumo, os investimentos e a atividade econômica.
Haddad destacou ainda que a redução da Selic seria adequada, mas poupou o presidente do BC de críticas, lembrando que Galípolo assumiu a autoridade monetária em um período de crise econômica e inflação elevada.
Essa postura equilibrada mostra a intenção do governo de sinalizar a necessidade de ajuste nos juros, sem comprometer a independência do Banco Central, fator que investidores e analistas observam de perto.
Rogério Ceron reforça impactos da Selic elevada
No dia seguinte, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, afirmou que a taxa Selic elevada “machuca” e não é saudável para a economia. Apesar disso, ele também elogiou o trabalho do Banco Central, reforçando que a atuação da autoridade monetária é essencial para manter a estabilidade econômica.
Ceron destacou que a comunicação cuidadosa entre governo e Banco Central é importante para preservar a confiança de investidores, empresas e cidadãos no processo de definição da política monetária.
Achou este conteúdo útil?
Siga o Melhor Investimento nas redes sociais: Instagram | Facebook | Linkedin