Superintendência do Cade aprova fusão entre tradings Bunge e Viterra
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a fusão entre as tradings Bunge e Viterra. A decisão foi oficializada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (13). Após 11 meses desde o anúncio da operação entre as empresas norte-americana e canadense, o órgão antitruste brasileiro concedeu seu aval. O […]

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a fusão entre as tradings Bunge e Viterra. A decisão foi oficializada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (13).
Após 11 meses desde o anúncio da operação entre as empresas norte-americana e canadense, o órgão antitruste brasileiro concedeu seu aval.
O negócio, anunciado em 13 de junho de 2023, é estimado em cerca de US$8,2 bilhões, envolvendo um acordo em dinheiro e ações.
A Bunge pagará aos acionistas da Viterra cerca de 65,6 milhões de ações avaliadas em US$6,2 bilhões, além de aproximadamente US$2 bilhões em espécie. Adicionalmente, a Bunge assumirá US$9,8 bilhões da dívida da Viterra e recomprará US$2 bilhões de suas próprias ações.
Bunge investe mais US$20 mi em programa de agricultura regenerativa no Brasil
Além da fusão, a americana Bunge, uma das gigantes globais do agronegócio, anunciou planos de investir mais de US$20 milhões para expandir seu programa de agricultura regenerativa no país. O objetivo é ampliar a área coberta de 250 mil para aproximadamente 600 mil hectares nos próximos anos.
Esse programa visa conectar a produção de produtos agrícolas cultivados com práticas regenerativas à demanda das indústrias de alimentos e biocombustíveis. Iniciado no ano passado em áreas de Cerrado de Mato Grosso e Matopiba (confluência entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), até 2026 o programa deverá ser expandido para o Pará, Goiás, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
De acordo com a Bunge, a soja, milho e trigo são os principais focos dessa iniciativa. Nos 250 mil hectares iniciais, a empresa observou que os produtores já adotavam boas práticas, como o plantio direto, e viu a oportunidade de intensificar ações como a aplicação de bioinsumos e fertilizantes sustentáveis.
Os produtores rurais que participam do programa de agricultura regenerativa da empresa recebem benefícios que incluem pagamento de prêmios, acesso gratuito a assistência técnica, ferramentas digitais e de precisão, além de apoio para a utilização de insumos sustentáveis.
Além disso, as indústrias interessadas também podem investir, em parceria com a Bunge, na adoção de novas práticas agrícolas nas fazendas participantes e garantir a compra da produção.
“A Orígeo, joint venture da Bunge com a UPL, desempenha um papel fundamental no impulsionamento da iniciativa. Criada para oferecer um modelo único de suporte aos produtores, a partir de um conjunto de técnicas de gestão e soluções sustentáveis antes e depois da porteira, a companhia fornecerá assistência técnica gratuita aos participantes em todas as fases do programa”, afirmou a empresa.
A Bunge é uma das principais originadoras e processadoras de grãos, como soja, milho e trigo, no Brasil, além de ser uma das líderes nas exportações de soja e milho. O país é uma das principais fronteiras para os negócios da empresa, cuja receita líquida global alcançou US$42,8 bilhões em 2023.