Setores brasileiros mais expostos aos EUA devem sentir peso da nova tarifa de Trump
A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a partir de 1º de agosto atingirá fortemente os setores brasileiros mais expostos aos EUA, como petróleo, ferro, aço e aeronaves.
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                    A nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, anunciada em 9 de julho pelo presidente Donald Trump, promete impactar fortemente os setores brasileiros mais expostos aos EUA. Essa medida, que entra em vigor no dia 1º de agosto, afeta diretamente importantes áreas da economia nacional, como petróleo, ferro e aço, e pode alterar significativamente o comércio bilateral entre os dois países.
Impacto da tarifa Trump nos setores brasileiros mais expostos aos EUA
Os Estados Unidos representam o segundo maior mercado para as exportações brasileiras em 2024, concentrando 12% do total vendido ao exterior. Mesmo assim, o Brasil mantém um déficit comercial com os EUA desde 2009, já que as importações americanas superam as exportações brasileiras. No primeiro semestre de 2025, esse déficit alcançou US$ 1,67 bilhão.
A tarifa de 50%, que é a maior aplicada a um país isoladamente, incidirá sobre setores que são pilares da balança comercial brasileira com os EUA. Entre os setores brasileiros mais expostos aos EUA, destacam-se:
- Petróleo e derivados: líder nas exportações brasileiras para os EUA, respondendo por 18,3% do total, ou cerca de US$ 7,5 bilhões em 2024.
 - Ferro, aço bruto e produtos semi-acabados: com US$ 5,3 bilhões em exportações, equivalente a 13,2%.
 - Aeronaves e equipamentos: segmento responsável por US$ 2,7 bilhões em vendas ao mercado americano, ou 6,7%.
 - Café não torrado: exportações da ordem de US$ 1,9 bilhão.
 - Celulose: que totalizou US$ 1,7 bilhão em 2024.
 
Somados, esses cinco setores representaram quase metade (47%) dos US$ 40,4 bilhões exportados pelo Brasil para os EUA no último ano.
Contexto da medida e suas motivações
A tarifa anunciada pelo governo Trump foi justificada como uma resposta a supostas práticas comerciais desleais por parte do Brasil, além de uma reação política relacionada ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A imposição do imposto de 50% sobre as importações brasileiras busca pressionar o Brasil em áreas estratégicas, impactando diretamente os setores brasileiros mais expostos aos EUA.
O governo brasileiro, por sua vez, já sinalizou que tentará negociar a redução dessa tarifa junto às autoridades americanas para amenizar os efeitos negativos sobre o comércio bilateral e a economia nacional. Essa tentativa de diálogo será essencial para evitar uma escalada de tensões comerciais que possam prejudicar ainda mais a balança comercial.
Quando e como a tarifa afetará as exportações brasileiras?
A tarifa entrará em vigor no próximo dia 1º de agosto e será aplicada automaticamente aos produtos brasileiros exportados para os EUA. Isso significa que as empresas brasileiras dos setores afetados já precisam se preparar para um cenário de aumento dos custos e possível retração nas vendas ao mercado americano.
Além dos impactos financeiros diretos, a medida pode gerar consequências em cadeia, como redução da produção, perdas de empregos e revisão de estratégias comerciais em setores-chave da economia brasileira.