Setor de serviços recua em abril, mas mostra crescimento anual, diz IBGE
Em abril, houve uma queda de 1,6% no volume de serviços no Brasil em relação a março, após ajuste sazonal. No entanto, em comparação com abril de 2022, o setor apresentou um crescimento de 2,7%, marcando o 26º aumento consecutivo. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (16), […]

Em abril, houve uma queda de 1,6% no volume de serviços no Brasil em relação a março, após ajuste sazonal. No entanto, em comparação com abril de 2022, o setor apresentou um crescimento de 2,7%, marcando o 26º aumento consecutivo. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (16), por meio da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS).
O desempenho do setor em abril foi pior do que o previsto pelo consenso Refinitiv. Enquanto era esperada uma queda de 0,5% em relação ao mês anterior, previa-se um aumento de 4,3% em relação a abril de 2022.
No acumulado dos primeiros quatro meses deste ano, o volume de serviços teve um aumento de 4,8% em relação ao mesmo período de 2022. No entanto, no acumulado dos últimos doze meses, o crescimento foi de 6,8%, abaixo dos 7,3% observados em março.
De acordo com o IBGE, a queda em abril foi impulsionada por quatro das cinco atividades investigadas. Assim como em março, o setor de transporte foi a principal influência, mas desta vez teve um impacto negativo, com uma queda de 4,4%. Esse resultado reverteu parte do ganho acumulado (7,5%) entre fevereiro e março.
Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa, explicou que vários segmentos de serviços dentro desse setor contribuíram para o impacto negativo, incluindo gestão de portos e terminais, transporte rodoviário de cargas, transporte rodoviário coletivo de passageiros e transporte dutoviário. Ele destacou que esses segmentos tiveram importância além do próprio setor, influenciando o volume de serviços como um todo.
Os demais declínios ocorreram nos serviços de informação e comunicação (-1,0%), nos serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,6%) e em outros serviços (-1,1%).
Lobo afirmou que nos serviços de informação e comunicação, as principais influências negativas vieram dos serviços audiovisuais (-4,2%) e de tecnologia da informação (-1,2%). Ele comentou que nos serviços profissionais, administrativos e complementares, destacaram-se os serviços de engenharia, apoio às atividades empresariais e organização, promoção e gestão de feiras, congressos e convenções.
A única atividade que registrou crescimento em abril foi a prestação de serviços às famílias (1,2%), recuperando parte da perda acumulada entre fevereiro e março (-2,2%). Lobo observou que esse ganho foi impulsionado tanto por alojamento e alimentação (3,7%) quanto por outros serviços prestados às famílias (3,5%). Ele ressaltou que as atividades teatrais, musicais e de espetáculos em geral tiveram uma influência significativa nesse segmento.
Análise regional no setor de serviços
Nas diferentes regiões do país, houve uma queda no volume de serviços em 26 das 27 Unidades da Federação em abril, em comparação com março. Os estados mais afetados foram São Paulo (-1,5%) e Rio de Janeiro (-5,5%), seguidos por Santa Catarina (-3,5%), Goiás (-5,6%) e Mato Grosso (-4,2%). No entanto, o Ceará (1,0%) apresentou um crescimento positivo neste período, sendo a única exceção.
De abril de 2022 a abril de 2023, o volume de serviços aumentou no Brasil (2,7%) e em 23 das 27 Unidades da Federação. Minas Gerais (6,9%) foi o estado com maior crescimento, seguido por Paraná (8,7%), Santa Catarina (10,7%), São Paulo (0,6%) e Rio Grande do Sul (5,3%). Por outro lado, Mato Grosso do Sul (-1,3%), Alagoas (-1,8%) e Amapá (-4,2%) foram os únicos estados que apresentaram resultados negativos nesse período.
No acumulado do primeiro quadrimestre de 2023, o volume de serviços no Brasil (4,8%) teve um crescimento disseminado, com 26 das 27 Unidades da Federação registrando expansão na receita real de serviços. São Paulo (2,4%) foi o estado com maior impacto positivo, seguido por Rio de Janeiro (5,8%), Minas Gerais (8,4%), Paraná (10,5%) e Santa Catarina (10,4%). Por outro lado, Mato Grosso do Sul (-0,2%) foi o único estado que teve um impacto negativo no índice nacional.