A segurança do Pix é um dos maiores desafios enfrentados pelo Banco Central (BC) atualmente. Com a crescente profissionalização de fraudadores e golpistas, o BC intensifica esforços para coibir crimes e garantir a confiança dos usuários neste meio de pagamento digital que já transformou a forma de transferir dinheiro no Brasil.

Segurança do Pix

Desde sua criação, o Pix revolucionou o sistema financeiro brasileiro ao permitir transações instantâneas, reduzir o uso do dinheiro em espécie e facilitar a digitalização dos pagamentos. Contudo, segundo Breno Lobo, chefe-adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central, a segurança do Pix é um desafio constante. “Temos a impressão de que, no fim do dia, é o cachorro correndo atrás do rabo”, afirmou em painel durante o evento Febraban Tech.

Isso porque os fraudadores estão cada vez mais sofisticados, exigindo que o BC esteja sempre dois passos à frente, desenvolvendo mecanismos que inibam golpes e protegendo tanto pessoas físicas quanto empresas. Afinal, nenhum meio de pagamento cresce se não for seguro.

Novos mecanismos para aumentar a segurança do Pix em 2025

Com o avanço das fraudes, o Banco Central anunciou uma série de medidas para fortalecer a segurança do Pix. Entre elas, destaca-se o Autoatendimento do Mecanismo Especial de Devolução (MED), que deve ser implementado pelas instituições financeiras até 1º de outubro de 2025.

Esse mecanismo permitirá que o usuário conteste transações suspeitas diretamente pelo aplicativo bancário, facilitando a devolução de recursos após o bloqueio das contas de fraudadores. Essa novidade visa reduzir o tempo e a burocracia na recuperação de valores transferidos indevidamente.

Além disso, o BC também trabalha em outras inovações para o Pix, que prometem ampliar a conveniência e a segurança do sistema, como o Pix automático — uma espécie de débito automático inovador que será lançado em 16 de junho — e o Pix parcelado, previsto para setembro de 2025. Essas funcionalidades prometem trazer ainda mais praticidade, mas com atenção redobrada à segurança.

Colaboração entre Banco Central e instituições financeiras fortalece o combate às fraudes

Uma característica diferenciada do trabalho de segurança do Pix é o modelo de colaboração entre o Banco Central e o mercado financeiro. De acordo com Breno Lobo, são 23 associações que participam ativamente do grupo de segurança, que funciona de forma aberta e proativa.

“No grupo de segurança, o mercado é quem chega com propostas para o BC, que analisa, acata e desenvolve novas ferramentas”, explicou. Essa relação próxima e dinâmica ajuda a identificar rapidamente novas modalidades de golpe e a implementar soluções eficazes, tornando o Pix um sistema mais robusto e confiável.