O São Paulo Futebol Clube anunciou, na última quarta-feira (02), a criação de um Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC) como parte de sua estratégia para reestruturar suas dívidas, especialmente com bancos. 

Essa iniciativa é acompanhada por uma nova política de governança e visa reduzir o custo financeiro e melhorar os prazos dos compromissos do clube.

O FIDC foi estruturado em parceria com as gestoras Galapagos Capital, que administra mais de R$ 21 bilhões, e OutField, especializada em investimentos no esporte. O objetivo é captar R$ 240 milhões para pagar dívidas antigas e consolidar o passivo em um único credor.

De acordo com o balanço de 2023, o clube possui uma dívida bancária total de R$ 217,5 milhões, distribuída entre cinco instituições financeiras. O principal credor é o Bradesco, com uma dívida de R$ 78,6 milhões. O clube também possui R$ 49,1 milhões com o Banco Daycoval, R$ 30,37 milhões com o Banco Tricury, R$ 30 milhões entre conta corrente garantida e empréstimos com o Banco Rendimento, e R$ 29,4 milhões no BTG.

Julio Casares, presidente do São Paulo, destacou que o fundo é essencial para aliviar o fluxo de caixa do clube, atualmente sobrecarregado por dívidas de curto prazo e juros elevados. 

O fundo será composto por recebíveis de direitos de transmissão, naming rights e patrocínios, com cotas seniores e subordinadas, sendo que os investidores de cotas seniores terão garantias adicionais.

Essa estratégia é vista como uma tendência crescente no futebol brasileiro, similar ao que já ocorre nos Estados Unidos, como explica Pedro Oliveira, sócio-fundador da OutField. O São Paulo espera que essa medida permita maior foco em investimentos no futebol, fortalecendo sua saúde financeira para o futuro.