O Santander Brasil (SANB4) divulgou seus resultados financeiros do quarto trimestre de 2023, revelando um lucro líquido recorrente de R$ 2,204 bilhões. Embora tenha experimentado uma queda de 19,2% em comparação com o terceiro trimestre do mesmo ano, houve um aumento notável de 30,5% em relação ao mesmo período de 2022.

O lucro contábil do Santander também foi impactado, atingindo R$ 2,119 bilhões entre outubro e dezembro, representando uma queda de 19,9% no trimestre, mas uma alta de 31,7% em 12 meses.

Ao longo do ano de 2023, o Santander acumulou um lucro recorrente de R$ 9,383 bilhões, indicando uma redução significativa de 27,3% em comparação com o ano anterior.

Indicadores chave do desempenho Santander no 4T23

O banco, classificado como o terceiro maior privado do Brasil em termos de ativos, apresentou uma margem financeira bruta de R$ 14,055 bilhões no último trimestre de 2023. Esse número representou um aumento de 4,8% em comparação com o trimestre anterior e uma elevação de 12,3% em relação ao mesmo período de 2022.

As despesas líquidas com provisões para devedores duvidosos (PDD) atingiram R$ 6,837 bilhões, refletindo um aumento de 21,7% em relação ao trimestre anterior, mas uma queda de 7,2% em comparação com o quarto trimestre de 2022.

As receitas provenientes de prestação de serviços e tarifas bancárias atingiram R$ 5,480 bilhões, registrando uma alta de 7,0% no trimestre e 8,0% em 12 meses. Entretanto, as despesas gerais aumentaram para R$ 6,577 bilhões, representando um acréscimo de 9,1% no trimestre e 8,7% em um ano.

O retorno sobre o patrimônio (ROE) ajustado ficou em 12,3% no quarto trimestre, comparado a 13,1% no terceiro e 8,3% no mesmo período do ano anterior. O índice de Basileia, indicador-chave da saúde financeira do banco, registrou 14,5%, comparado a 14,3% no trimestre anterior e 13,9% no quarto trimestre de 2022.

Margem financeira bruta: insights detalhados

O Santander Brasil destacou que sua margem financeira bruta no 4T23 totalizou R$ 14,055 bilhões no quarto trimestre, com um aumento de 4,8% em relação ao trimestre anterior e 12,3% em comparação com o mesmo período de 2022.

A margem com clientes foi de R$ 14,318 bilhões, apresentando um aumento de 0,5% no trimestre e 3,9% em relação ao ano anterior. Dentro dessa categoria, a margem com produtos subiu 1,5% no trimestre, atingindo R$ 13,747 bilhões, com um volume médio de R$ 561,895 milhões, um aumento trimestral de 1,1%, e um spread de 9,71%, um aumento de 0,04 ponto percentual.

A margem de operações com o mercado ficou negativa em R$ 263 milhões, uma melhora significativa de 68,2% em comparação com o trimestre anterior, e 79,2% melhor do que o saldo negativo de R$ 1,265 bilhão registrado no quarto trimestre de 2022.

O Santander atribuiu o crescimento da margem de produtos à expansão da margem de crédito, especialmente devido a volumes mais elevados, enquanto a melhoria na margem com o mercado foi impulsionada pelo impacto favorável da sensibilidade à taxa de juros.

Análise XP sobre o resultado do Banco Santander no 4T23

Analistas da XP expressaram preocupação, destacando que os números apresentados pelo Santander foram considerados “negativos e abaixo do esperado”. A instituição financeira enfrentou pressões em sua rentabilidade devido ao aumento nas provisões e despesas gerais. Em comunicado, o banco explicou que os resultados foram impactados por uma situação específica no segmento corporativo, além da necessidade de provisionamento adicional para fortalecer a cobertura de outras empresas nesse segmento.

O lucro líquido reportado pelo banco atingiu R$ 2,2 bilhões, representando uma queda de 26% em relação às projeções dos analistas da XP. O Return on Average Equity (ROAE) gerencial ficou em 12,3%. O índice de inadimplência acima de 90 dias chegou a 3,1%, com um aumento de 10 pontos base trimestre a trimestre, mas os especialistas não consideram este aumento como motivo de grande preocupação.

Os especialistas ressaltam que o indicador antecedente (15-90) confirma o bom desempenho das carteiras de empréstimo mais recentes, especialmente no segmento de pessoa física, registrando uma queda de 40 pontos base.