No início da manhã desta quinta-feira (15), as ações da Petz (PETZ3) estavam em queda acentuada, reflexo do balanço do segundo trimestre (2T24) divulgado na noite anterior. A empresa, que já enfrentava expectativas baixas, apresentou resultados que superaram negativamente as previsões do mercado. O valor dos papéis caiu 8,38% no dia seguinte ao anúncio, alcançando R$ 3,50 por ação. Esta queda abrupta ocorre em um período em que as ações da Petz têm acumulado uma perda de cerca de 32% ao longo dos últimos 12 meses.

O relatório financeiro da Petz para o 2T24 revelou uma pressão significativa sobre a rentabilidade da empresa, com uma queda notável de 80% no lucro em comparação ao ano anterior. A análise das vendas também apresentou um quadro desanimador, com uma redução de 10% nas vendas em lojas físicas. Apesar do aumento nas vendas brutas e de um desempenho positivo nas operações digitais, a falta de crescimento robusto nas lojas físicas e o impacto financeiro das maiores despesas operacionais e financeiras contribuíram para um resultado geral abaixo das expectativas. O lucro também ficou 68% abaixo das previsões da XP, indicando um desafio contínuo para a empresa em manter a rentabilidade em um cenário inflacionário.

A XP destacou que, apesar dos resultados fracos, a Petz demonstra otimismo para o segundo semestre de 2024. A corretora apontou sinais de recuperação nas vendas e novas iniciativas que podem melhorar o desempenho futuro, incluindo a monetização de anúncios e a criação de uma nova frente de mercado voltada para classes de menor poder aquisitivo, denominada Atacado Pet.

Por outro lado, a Genial Financial destacou os impactos negativos significativos nas despesas da Petz, atribuídos à intensa competição online e ao consumo discricionário no mercado de acessórios para pets. A marcação a mercado de derivativos vinculados a financiamentos em dólar também foi identificada como um fator que agravou a situação financeira da empresa. A análise da Genial sugere que a Petz enfrentou dificuldades para manter um crescimento sustentado acima da inflação, o que contribuiu para a pressão contínua sobre a rentabilidade.

A fusão potencial com a Cobasi surge como uma possível solução para os desafios enfrentados pela Petz. A Genial considera essa fusão quase certa e vê a combinação com o segundo maior player do setor como uma estratégia crucial para a recuperação da empresa. Sem a concretização dessa fusão, a Petz pode enfrentar uma pressão adicional sobre suas ações, com uma possível reprecificação de preço para lucro em 2025. A Genial alerta que, sem o M&A, a empresa pode enfrentar um aumento no fluxo vendedor, pressionando ainda mais os papéis no curto prazo.

Em relação às negociações para a fusão com a Cobasi, o JPMorgan informou que o processo está em andamento e deve ser concluído até 23 de agosto, com a possibilidade de uma extensão de mais 30 dias. O banco observou que a falta de atualizações recentes sobre a fusão não alterou a expectativa de queda nas ações, dado o atual cenário de lucratividade pressionada e tendências fracas em lojas físicas. A recomendação do JPMorgan para as ações da Petz permanece neutra, refletindo uma perspectiva cautelosa sobre a recuperação da empresa no curto prazo.