Pesquisa revela novos hábitos dos bilionários
De acordo com um relatório do Grupo Julius Baer, os hábitos dos bilionários em todo o mundo passaram por mudanças significativas. Agora, indivíduos e famílias mais ricas consideram a boa saúde como um dos seus ativos mais valiosos. O relatório, intitulado “Pesquisa de Riqueza e Estilo de Vida do Julius Baer de 2023″, analisa o […]
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De acordo com um relatório do Grupo Julius Baer, os hábitos dos bilionários em todo o mundo passaram por mudanças significativas. Agora, indivíduos e famílias mais ricas consideram a boa saúde como um dos seus ativos mais valiosos.
O relatório, intitulado “Pesquisa de Riqueza e Estilo de Vida do Julius Baer de 2023″, analisa o custo dos bens e serviços que representam um estilo de vida luxuoso, bem como o estilo de vida dos indivíduos com alto patrimônio líquido.
Embora a covid-19 não seja mais oficialmente uma crise global de saúde, ele teve um impacto duradouro em nossas perspectivas e prioridades, afirma o relatório.
Ao examinar o estilo de vida e as tendências de consumo dos “indivíduos de alto patrimônio líquido” ou high-net-worth individual (HNWI) na Europa, Ásia-Pacífico (APAC), Oriente Médio, América Latina e América do Norte, é evidente que suas prioridades mudaram.
A concepção de riqueza ganhou um significado mais abrangente. Agora, não se trata apenas de aspectos financeiros, mas também da saúde física, liberdade e segurança.
A pesquisa também revelou que a “saúde e bem-estar” continua sendo uma das principais preocupações dos indivíduos de alto patrimônio líquido entrevistados. Eles passaram a considerar a boa saúde como um de seus ativos mais valiosos. Além de se concentrarem em uma alimentação saudável e no fortalecimento dos laços com amigos e familiares, eles também priorizam a manutenção de sua forma física e mental.
Saúde: o ativo mais valioso
Após a superação da pandemia, os participantes da pesquisa destacaram a importância de manter a saúde pessoal e familiar como uma de suas principais prioridades. Eles enfatizaram a melhoria da nutrição, a reserva de tempo para recuperação e relaxamento, e o aumento dos níveis de condicionamento físico.
Já sobre rotina de exercícios físicos, mais da metade dos entrevistados em todas as regiões frequentaram academias no último ano. Na Europa e na APAC, um em cada quatro indivíduos se exercitou quase diariamente. Os equipamentos de ginástica pessoal também estão no topo da lista de investimentos, sendo o exercício em casa particularmente popular na região da APAC.
Para os pesquisadores, não se trata apenas de investir em preparação física, mas também em despesas relacionadas à saúde. HNWIs de todas as regiões estão gastando mais em seguro saúde para garantir o acesso aos melhores cuidados médicos, caso seja necessário no futuro.
O investimento no corpo e na mente também se estende à construção de relacionamentos mais sólidos com a família e amigos, o que se revelou uma alta prioridade em todas as regiões.
Diversão também é uma prioridade dos bilionários
A diversão é uma prioridade para os HNWIs, mesmo quando eles cuidam de suas famílias e saúde. Após anos de restrições e limitações, eles estão ansiosos para desfrutar da vida, conforme indicado no relatório.
Isso se manifesta através do aumento da demanda por entretenimento, hospitalidade, experiências sociais, produtos de luxo, serviços premium e viagens.
De acordo com o relatório, houve um aumento nos gastos com hospitalidade (como refeições gourmet e hotéis cinco estrelas) em todas as cinco regiões pesquisadas nos últimos 12 meses, especialmente na APAC e no Oriente Médio.
Mais da metade dos entrevistados na APAC aumentaram seus gastos em restaurantes finos e hotéis, enquanto no Oriente Médio, 74% dos entrevistados afirmaram ter gastado mais em restaurantes finos e 69% em hotéis cinco estrelas.
A pesquisa deste ano também revela um foco no consumo de produtos de alta qualidade. Produtos, moda e acessórios de luxo, como roupas de grife, relógios, bolsas e sapatos, estão entre as principais escolhas dos entrevistados.
Os gastos tiveram um aumento menor na América do Norte, níveis medianos na América Latina e na Europa, e um aumento significativo na APAC. No entanto, nada se compara ao Oriente Médio, que registrou um aumento acentuado nos gastos discricionários, especialmente em joias finas (62%) e em relógios e roupas masculinas de grife (ambos com 61%).
Desenvolvimento sustentável
Com base em evidências sólidas de que a atividade humana e seu impacto na natureza estão causando uma série de riscos crescentes à vida, o relatório procurou determinar se os indivíduos mais ricos estão priorizando a sustentabilidade mais do que antes.
A resposta é afirmativa, porém há uma lacuna perceptível entre intenção e ação.
Embora a sustentabilidade seja considerada um tema importante, ela não parece desempenhar um papel significativo nas decisões de compra do dia a dia da maioria dos indivíduos de alta renda, conforme apontado pelo relatório.
Os resultados revelam que a Europa e a América do Norte estão menos comprometidas com um estilo de vida sustentável em comparação com outras regiões, enquanto o Oriente Médio desponta como a região mais consciente em termos ecológicos, com 56% dos indivíduos tentando adquirir produtos feitos com materiais sustentáveis e aproximadamente metade deles utilizando energia renovável sempre que possível.
No entanto, as considerações ambientais, sociais e de governança (ESG) estão desempenhando um papel cada vez mais importante nas decisões de investimento dos indivíduos de alta renda. Esse sentimento é especialmente forte na América Latina, Ásia-Pacífico e Oriente Médio, conforme destaca o relatório.
Saúde financeira permanece como preocupação para os bilionários
O relatório também revelou que muitas pessoas estão aproveitando a incerteza pós-pandemia para aumentar seus investimentos. Isso é especialmente evidente no Oriente Médio e na região Ásia-Pacífico, onde 67% e 73% dos entrevistados, respectivamente, estão investindo mais do que nos últimos 12 meses.
Enquanto o custo de vida global continua aumentando, muitas pessoas estão gastando mais para manter seus estilos de vida. No entanto, na América Latina, 37% dos entrevistados estão tentando reduzir ativamente os custos ao mesmo tempo em que aumentam seus investimentos.
Quanto às preferências de investimento, os americanos e europeus tendem a ser mais conservadores e não alteraram significativamente a diversificação e o foco de seus ativos no último ano. Eles optam por priorizar ações e imóveis, possivelmente como uma medida para mitigar os efeitos da inflação futura. Por outro lado, os portfólios em outras regiões estão mais diversificados.
Embora todas as regiões considerem o aumento da riqueza como objetivo principal de investimento, os indivíduos de alto patrimônio líquido na Ásia-Pacífico e no Oriente Médio parecem estar mais interessados em investir em tendências futuras e alinhar seus investimentos com seus valores pessoais, em comparação com seus pares na Europa e América do Norte.
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