Perspectivas para a bolsa brasileira em 2023: otimismo e riscos
Durante a Expert XP 2023, João Braga, sócio-fundador e gestor da Encore, Sara Delfim sócia-fundadora da Dahlia Capital, Fernando Ferreira, estrategista chefe da XP, e Fabio Frischer, chefe global de Equity Sales da XP, discutiram suas visões e perspectivas para a bolsa de valores brasileira. Sara e Braga começaram relembrando que os últimos 3 anos […]
Durante a Expert XP 2023, João Braga, sócio-fundador e gestor da Encore, Sara Delfim sócia-fundadora da Dahlia Capital, Fernando Ferreira, estrategista chefe da XP, e Fabio Frischer, chefe global de Equity Sales da XP, discutiram suas visões e perspectivas para a bolsa de valores brasileira.
Sara e Braga começaram relembrando que os últimos 3 anos foram negativamente marcados por eventos sem precedente, tanto no Brasil quanto no exterior, como a pandemia de covid-19 em 2020; a pior seca da história do Brasil em 2021, o que elevou os preços de energia no país para a chamada “bandeira preta”; e a guerra entre Rússia e Ucrânia iniciada em 2022, que levou à um choque de petróleo. Todos esses fatores contribuíram para a alta da inflação e consequente aumento de juros, impactando a performance das bolsas globais.
Neste sentido, a boa notícia, segundo eles, é que grande parte dos efeitos negativos de tais eventos parecem já ter ficado para trás, com indicadores de inflação arrefecendo e bancos centrais no mundo iniciando o ciclo de estabilização/corte de juros. Diante disso, Ferreira relembrou que em relatório recente publicado pelo Research XP, analisando os ciclos de corte da taxa Selic nos últimos 20 anos, ao longo de 6 ciclos de corte de juros, em 5 deles o Ibovespa teve um desempenho positivo, com uma média de retorno de 47,1% durante esses períodos.
Além disso, os convidados mencionaram fatores técnicos e fundamentalistas que devem suportar uma performance positiva da bolsa à frente: o Ibovespa está negociando a um múltiplo abaixo do histórico; alternativas de investimento emergentes como México, Rússia e Turquia não estão tão atrativas; o impacto real de ruídos políticos tende a ser superestimado pelo mercado; e o posicionamento dos investidores, tanto varejo quanto institucional e estrangeiros, ainda parece estar levemente alocado em ações brasileiras.
Por fim, Sara e Braga foram unânimes em mencionar que, apesar do otimismo, seguem monitorando riscos, destacando que um eventual novo choque de petróleo e consequente nova alta da inflação pode ser um dos principais ventos contrários para a performance da bolsa local.