Papa Francisco nomeia primeira mulher para liderar departamento importante do Vaticano
O Papa Francisco fez história ao nomear a irmã Simona Brambilla, de 59 anos, como a primeira mulher a liderar um dos principais gabinetes do Vaticano, o Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.

O Papa Francisco fez história nesta segunda-feira, 6 de janeiro, ao nomear a irmã Simona Brambilla, de 59 anos, como a primeira mulher a assumir a liderança de um dos gabinetes mais importantes do Vaticano. A irmã, natural da Itália, foi escolhida para comandar o Dicastério do Vaticano para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, substituindo o Cardeal João Braz de Aviz, que liderava o departamento desde 2011.
Primeira mulher a liderar um departamento importante do Vaticano
A nomeação de Brambilla é um marco significativo na trajetória de Francisco, que ao longo de seus 11 anos de papado tem promovido a presença feminina em cargos de liderança na Igreja Católica. Embora o Papa já tenha nomeado mulheres para funções de número dois em diversos gabinetes do Vaticano, como os gabinetes de desenvolvimento, vida familiar e imprensa, essa é a primeira vez que uma mulher ocupa a posição de líder de um departamento que supervisiona as ordens religiosas católicas ao redor do mundo. A escolha reflete o compromisso de Francisco em trazer mais diversidade e equidade para as esferas de poder da Igreja.
O Dicastério liderado por Brambilla é responsável pela coordenação e supervisão das diversas ordens religiosas e sociedades de vida apostólica em todo o mundo. A irmã Simona Brambilla, com uma longa trajetória de serviço e dedicação à Igreja, agora assume a importante missão de guiar esse vasto setor.
Mudança na liderança do Dicastério
Simona Brambilla substituirá o Cardeal João Braz de Aviz, que liderava o Dicastério há mais de uma década. Durante seu tempo à frente do gabinete, o cardeal brasileiro foi fundamental em várias reformas, além de fortalecer a relação da Igreja com as ordens religiosas globais. No entanto, com a chegada de Brambilla, o Papa Francisco dá um passo ainda mais ousado em direção à inclusão e ao reconhecimento das mulheres em papéis decisivos dentro da Igreja.
A nomeação também conta com a designação do cardeal espanhol Ángel Fernández Artime como “pró-prefeito” do departamento, assumindo um papel de apoio na liderança do Dicastério. Embora o Vaticano não tenha detalhado como as responsabilidades serão distribuídas entre os dois, essa mudança de comando traz uma nova dinâmica à administração do departamento.
Por que essa nomeação é significativa?
A nomeação de Simona Brambilla tem grande importância tanto para a Igreja Católica quanto para os movimentos feministas e pela equidade de gênero. Ao promover uma mulher para liderar um departamento de tamanho porte, o Papa Francisco reforça a importância da diversidade nas esferas de poder dentro da Igreja. A decisão é uma continuidade da postura de Francisco em nomear mulheres para posições de destaque, refletindo uma tentativa de modernização e adaptação às demandas da sociedade contemporânea.
Com isso, o Vaticano segue uma tendência de maior representatividade feminina, algo que, embora tenha avançado nos últimos anos, ainda representa uma mudança substancial dentro de uma instituição tradicionalmente dominada por homens. Além disso, o movimento pode abrir portas para outras mulheres em cargos de liderança e contribuir para uma reavaliação das funções e responsabilidades das mulheres na Igreja.
Mais mulheres em cargos de liderança no Vaticano
O Papa Francisco não é novo na nomeação de mulheres para funções de destaque dentro do Vaticano. Em 2016, ele nomeou Barbara Jatta como a primeira mulher a comandar os Museus do Vaticano. Além disso, outras mulheres foram promovidas a posições de relevância, como no gabinete de desenvolvimento e vida familiar, onde ocuparam cargos de número dois. Contudo, essa nomeação de Brambilla marca uma nova etapa, pois ela agora assume a liderança de um dos gabinetes centrais da administração da Igreja Católica.
Em um momento de reestruturação e reforma na Santa Sé, a nomeação de Brambilla é um sinal claro de que o Papa Francisco está comprometido em avançar na inclusão das mulheres, levando-as a cargos de maior responsabilidade e influência. Com isso, o Vaticano se aproxima de um futuro mais inclusivo, onde as mulheres terão cada vez mais voz e participação na governança da Igreja.