Os proprietários dos times da NFL aprovaram uma medida que permite que fundos de private equity adquiram participações em suas franquias, o que deve atrair bilhões de dólares em capital novo e impulsionar ainda mais as avaliações das equipes, que já estavam em crescimento.

Durante uma reunião especial realizada em Minneapolis, a liga flexibilizou algumas de suas rigorosas regras de propriedade, permitindo que fundos de private equity adquiram até 10% de participação em uma equipe, segundo informações da NFL.

Dessa maneira, essas transações devem ocorrer rapidamente, já que alguns fundos já receberam aprovação para buscar investimentos. Entre eles estão Arctos Partners, Ares Management e Sixth Street Partners, além de um consórcio liderado pelo ex-jogador da NFL Curtis Martin, que inclui Dynasty Equity, Blackstone, Carlyle e CVC Capital Partners.

Várias equipes estão em busca de investidores, como Los Angeles Chargers e Buffalo Bills, conforme reportado pela Bloomberg. Além disso, Jeffery Lurie, proprietário do Philadelphia Eagles, está considerando vender parte de sua franquia.

Mark Patricof, fundador da plataforma de investimentos e consultoria para atletas Patricof disse que “isso certamente vai mudar o jogo”.

“Que indivíduo quer desembolsar um cheque de US$ 700 milhões para um negócio onde você não tem controle e nenhum caminho para a propriedade? A propriedade institucional era inevitável”, acrescentou Mark.

Mudanças na administração das equipes

A votação para permitir a entrada de fundos de private equity na NFL foi aprovada por 31-1, com o único voto contrário vindo de Mike Brown, filho do cofundador do Cincinnati Bengals, Paul Brown, segundo fontes próximas ao assunto.

A decisão tem o potencial de transformar a forma como as equipes da NFL são geridas. Até então, os sócios minoritários geralmente incluíam amigos, ex-jogadores e celebridades locais. Com a entrada de investidores de private equity, a expectativa é que haja maior foco no retorno sobre o investimento, o que poderá aumentar a pressão por melhores resultados financeiros.

Vale destacar que esses fundos de private equity precisarão manter seus investimentos por um período mínimo de seis anos, com uma participação mínima de 3% em uma equipe.

As disputas por participações ocorrerão em um cenário onde as avaliações das franquias variam entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões, de acordo com a Sportico, o que significa que participações de 10% podem ser vendidas por valores entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão.

Ao contrário dos proprietários majoritários, que só podem investir em uma equipe, os investidores de private equity poderão comprar participações em até seis franquias simultaneamente, regra semelhante à aplicada na NBA.

Clark Hunt, proprietário do Kansas City Chiefs, destacou que o objetivo principal era oferecer uma nova opção de capital para os proprietários sem alterar a estrutura da liga. Ele reforçou que as decisões continuarão sendo tomadas pelos 32 proprietários, sem mudanças significativas no formato de governança da NFL.

Em maio, a Bloomberg informou que os proprietários da NFL estavam discutindo a possibilidade de permitir que investidores institucionais adquirissem até 10% das equipes. No entanto, alguns proprietários preferiam um limite de 5%. Para avaliar o interesse dos fundos de private equity, a NFL contratou o banco de investimentos PJT Partners.

Outras ligas, como a NBA e a MLB, já haviam flexibilizado suas regras de propriedade para incluir private equity e outros investidores, facilitando a captação de capital.

Na NFL, um proprietário principal precisa ter condições de adquirir pelo menos 30% de uma equipe, e o número máximo de sócios proprietários é limitado a 25 pessoas. Essa estrutura torna a venda de franquias mais complexa em comparação com outros esportes, devido ao alto capital inicial exigido.

Esse desafio ficou evidente no ano passado, quando um consórcio de investidores liderado por Josh Harris, bilionário do private equity, finalizou um acordo complexo de US$ 6 bilhões para comprar o Washington Commanders. A venda atraiu poucos interessados, levantando preocupações sobre o impacto das regras conservadoras da NFL no mercado de vendas futuras, que poderiam ser limitadas por essas restrições.

Após o acordo dos Washington Commanders, o comissário da NFL, Roger Goodell, formou um comitê de proprietários com o objetivo de revisar as regras de propriedade da liga.

Gabryella Mendes

Redatora do Melhor Investimento.