Nova era do financiamento imobiliário: mercado de capitais substitui poupança
Mercado de capitais assume protagonismo no crédito imobiliário em 2025. Em detalhes no Melhor Investimento

Uma mudança estrutural vem redesenhando o financiamento imobiliário no Brasil. Antes baseado principalmente nos recursos da poupança, o crédito imobiliário agora enfrenta um cenário de retração nos depósitos e maior seletividade dos bancos. Diante desse quadro, o mercado de capitais tem ganhado protagonismo como alternativa de fonte de financiamento para incorporadoras.
De acordo com dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o volume financeiro do mercado de capitais cresceu 8,1% nos últimos seis meses, avançando de R$ 15,3 trilhões para R$ 16,6 trilhões. No mesmo período, o setor imobiliário registrou alta de 5%, enquanto os Fundos Imobiliários (FIIs) avançaram 4,3%.
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Gestoras e fundos imobiliários se movimentam para atender essa demanda, especialmente em projetos residenciais de médio e alto padrão nas regiões mais valorizadas de São Paulo.
A tendência foi destacada em reportagem de Vinicius Alves, publicada no InfoMoney.
“A sangria da poupança deve continuar”, avalia especialista
Para Rafael Bellas, diretor de alocação na InvestSmart, a fuga de recursos da poupança representa um movimento defensivo dos investidores em busca de rentabilidade real positiva.
“Enquanto a Selic permanecer em dois dígitos, a sangria da poupança deve continuar, pressionando ainda mais o funding imobiliário tradicional. A dependência histórica do setor em relação à poupança expôs uma vulnerabilidade que o mercado de capitais agora busca solucionar”, explica.
Financiamento imobiliário: novas exigências para incorporadoras
Segundo Bellas, a transição para o mercado de capitais implica em uma reprecificação do risco no setor imobiliário.
“As incorporadoras agora precisam convencer gestores e investidores qualificados da viabilidade de seus projetos, o que exige maior transparência, governança e garantias robustas. O custo desse funding, embora mais caro, traz consigo uma disciplina de mercado que pode resultar em projetos mais resilientes e bem estruturados a longo prazo”, avalia.
A “Faria Limização” do mercado imobiliário
O especialista destaca que o setor vive um processo de sofisticação semelhante ao que ocorreu em outros segmentos da economia.
“Estamos testemunhando a ‘Faria Limização’ do mercado imobiliário. A sofisticação financeira que já era comum em outros setores agora se torna indispensável para a construção civil. A tendência é de um mercado mais eficiente, com melhor alocação de capital, mas também mais competitivo e com uma ‘barra de entrada’ mais alta para as incorporadoras.
Para o consumidor e o investidor, a chave será entender essa nova dinâmica para tomar decisões mais informadas”, conclui Bellas.
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