Natura ações NATU3: empresa retoma foco na América Latina e estreia novo código na B3
A Natura lançou suas ações NATU3 no segmento Novo Mercado da B3, marcando uma nova fase estratégica centrada no crescimento na América Latina.
Natura ações NATU3 empresa retoma foco na América Latina e estreia novo código na B3
A Natura Cosméticos oficializou nesta semana o lançamento de suas ações sob o código NATU3 na B3, marcando uma nova fase estratégica com foco no crescimento da empresa na América Latina. Durante o Investor Day 2025, realizado em Cajamar (SP), a companhia apresentou sua estratégia para os próximos anos, que inclui simplificação operacional, expansão da marca Natura e a separação da operação internacional da Avon. Analistas de mercado destacam que a Natura busca voltar às suas origens para recuperar competitividade e gerar valor aos acionistas.
A estreia das ações NATU3 e a nova governança da Natura
A incorporação da Natura&Co pela Natura Cosméticos foi consumada nesta terça-feira (1º), dando início à negociação dos novos papéis no segmento Novo Mercado da B3, que exige maior transparência e governança corporativa. Cada acionista titular de ações NTCO3 receberá uma ação NATU3 para cada papel possuído, processo que será concluído com o crédito das novas ações nas contas dos investidores até o dia 4 de julho. Além disso, a companhia aprovou um programa de recompra de até 34,1 milhões de ações, que poderá fortalecer a liquidez e valor das ações NATU3.
Estratégia centrada na América Latina e simplificação do negócio
Durante o evento em Cajamar, a Natura detalhou que seu foco estratégico será a operação na América Latina, onde pretende adotar uma estrutura mais enxuta e ágil, centrando o crescimento na marca Natura. Um dos pilares é a separação da operação internacional da Avon, que ainda está em andamento, junto com a implementação da chamada “Wave 2” (Onda 2), que visa integrar operacionalmente países como México e Argentina.
Essa mudança busca simplificar a estrutura da empresa e melhorar a eficiência operacional, aumentando a competitividade em mercados-chave. Segundo analistas da XP Investimentos, a Natura está retornando às suas origens para explorar melhor o core business, principalmente em países hispânicos, onde a marca ainda possui presença modesta.
Oportunidades e desafios nos mercados hispânicos e México
Segundo a análise da XP, existe um amplo espaço para crescimento da Natura na América Latina, especialmente nos países hispânicos, onde a presença da marca Natura ainda é limitada. A integração com a Avon abre portas para ampliar a margem de lucro e o volume de vendas, atingindo lares que antes eram exclusivos da antiga concorrente.
No México, embora o modelo de vendas tenha mudado, a Natura conseguiu manter sua base de consultores, superando as expectativas iniciais. Ainda assim, o México é apontado como o maior desafio, já que a marca Natura está presente em apenas 9% dos lares mexicanos, enquanto no Brasil essa participação chega a 54%.
Avanços na gestão financeira e nova plataforma de pagamentos
Além da expansão comercial, a Natura avançou na gestão financeira, melhorando o controle de estoques, planejamento e eficiência tributária. A simplificação do portfólio e a centralização da produção são estratégias que devem liberar caixa, possibilitando o pagamento de dividendos ou juros sobre capital próprio aos acionistas.
Outro destaque é a Emana Pay, plataforma de pagamentos da Natura que apoia a operação principal e tem potencial para gerar uma nova fonte de receita, aumentando a produtividade e reduzindo a inadimplência entre representantes. Para o Morgan Stanley, a Emana Pay é uma “joia escondida” com capacidade de contribuir para os ganhos da companhia.
Visão dos principais analistas e recomendações para as ações NATU3
O Itaú BBA mantém recomendação outperform para as ações NATU3, com preço-alvo de R$ 14, destacando a possibilidade de melhora da rentabilidade na região hispânica, cuja margem EBITDA atual é de 2,8%, ante 21,5% no Brasil. O Bradesco BBI também reafirma a recomendação outperform, com preço-alvo de R$ 17, e vê o evento como esclarecedor, ressaltando oportunidades em inovação e capital de giro.
Por outro lado, o JPMorgan mantém recomendação neutra, com preço de R$ 11,05, ressaltando o crescimento esperado do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos na América Latina, mas apontando a necessidade de superar desafios operacionais na região. O Goldman Sachs e o Morgan Stanley também adotam recomendação neutra, com foco na importância da marca Natura e nos avanços em produtividade.