O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou satisfação com o crescimento de 2,9% registrado pela economia brasileira em 2023, descrevendo-o como “positivo” e destacando seu papel em fortalecer a confiança no país, tanto no mercado nacional quanto internacional. Em uma entrevista coletiva realizada em São Paulo, Haddad enfatizou que o afrouxamento da política monetária será benéfico para a economia, sugerindo a possibilidade de mais cortes de juros e crescimento adicional. Ele identificou a postura restritiva do Banco Central como um fator contribuinte para a desaceleração econômica no segundo semestre do ano anterior.

O ministro reiterou a projeção do governo de uma expansão de 2,2% para o ano atual, descrevendo-a como uma estimativa “comedida”, embora tenha observado que algumas previsões indicam um potencial de crescimento ainda maior. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última sexta-feira que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve um crescimento de 2,9% no ano passado, impulsionado pelo desempenho recorde do setor agropecuário, apesar da estagnação no quarto trimestre.

Haddad enfatizou que o crescimento econômico contínuo dependerá, em grande parte, do comportamento da inflação, do afrouxamento contínuo da política monetária pelo Banco Central e do controle das contas públicas. Ele destacou a necessidade de mais investimentos no país para promover um crescimento econômico “saudável” e defendeu a aprovação de reformas econômicas adicionais no Congresso para sustentar um crescimento mais estrutural.

O ministro também abordou a evolução da arrecadação federal, afirmando que o governo está observando uma progressão consistente em relação a janeiro, quando as contas públicas registraram a melhor arrecadação mensal da série histórica da Receita Federal. Ele enfatizou que o aumento da arrecadação não se deve apenas a fatores extraordinários, como medidas implementadas no ano anterior para a taxação de offshores e fundos exclusivos.

Haddad antecipou a divulgação do primeiro relatório bimestral do Tesouro Nacional sobre as receitas e despesas do governo no final deste mês, destacando que este será um momento crucial para avaliar se a equipe econômica conseguirá atingir a meta fiscal de déficit zero para 2024.