O Ministério da Fazenda reforçou sua confiança no desempenho econômico do Brasil ao elevar sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2023. A Secretaria de Política Econômica (SPE) divulgou uma atualização em sua grade de parâmetros nesta segunda-feira (18), aumentando a estimativa de expansão da atividade de 2,5% para 3,2%. Esta revisão, anteriormente adiantada pelo Secretário da SPE, Guilherme Mello, marca uma melhoria significativa em relação à projeção feita em julho.

Para o ano seguinte, 2024, o Ministério da Fazenda manteve sua expectativa de crescimento em 2,3%, consistente com a base do projeto de lei orçamentária do próximo ano. Esta decisão reflete a confiança nas políticas econômicas e no ambiente de negócios que estão sendo implementados.

Fatores que impactam o crescimento do PIB

O aumento da projeção para 2023 é atribuído principalmente ao forte desempenho do PIB no segundo trimestre, que registrou um crescimento de 0,9% em relação ao trimestre anterior e 3,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Isso resultou em um efeito estatístico positivo para o ano de 3,1%.

Além disso, o aumento projetado na safra para 2023, resultados positivos em indicadores antecedentes no terceiro trimestre e expectativas de recuperação da economia chinesa no último trimestre do ano também contribuíram para essa revisão otimista.

Setores em crescimento

A SPE observou melhorias nas projeções de crescimento para todos os setores. O setor agropecuário teve sua projeção revisada de 13,2% para 14,0%, enquanto a indústria e os serviços também viram aumentos significativos, com crescimento esperado de 1,5% e 2,5%, respectivamente.

As projeções da SPE para os anos seguintes permanecem sólidas, com taxas de crescimento em torno de 2,5% para 2025, 2026 e 2027. As políticas econômicas em foco visam promover o crescimento sustentável, com ênfase na responsabilidade ambiental, social e fiscal.

A Secretaria destaca que o crescimento em 2023 será impulsionado pelo desempenho do setor agropecuário, bem como pelos programas de transferência de renda, inclusão social, apoio à renegociação de dívidas e estímulo ao investimento produtivo que estão sendo implementados desde o início do ano.

Inflação

Quanto à inflação medida pelo IPCA, o governo manteve sua estimativa em 4,85% para 2023 e projetou um nível ligeiramente mais alto para 2024, em 3,40%. Essa revisão reflete ajustes marginais devido a mudanças no cenário cambial e nos preços das commodities.

Com um cenário de inflação mais benigno, o Banco Central iniciou um ciclo de afrouxamento monetário em agosto, reduzindo a taxa básica de juros. O próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) está previsto para esta semana, mantendo o foco na sustentação do crescimento econômico.