Nesta segunda-feira (5), o Ibovespa enfrentou uma queda generalizada de cerca de 1% no início da tarde, seguindo uma tendência global de aversão ao risco. Este movimento destacou-se principalmente em ações que haviam registrado alta na sessão anterior, como Magazine Luiza (MGLU3), que viu suas ações sofrerem perdas significativas. A situação reflete um cenário de incertezas no mercado internacional, impactando severamente os ativos brasileiros.

Magazine Luiza (MGLU3) em foco

O Magazine Luiza (MGLU3) foi o maior destaque negativo do índice, com uma queda de cerca de 7%. Após uma alta expressiva na sessão anterior, as ações da varejista foram duramente impactadas pela alta aversão ao risco global, afetando especialmente papéis sensíveis a variações nas taxas de juros. O índice do setor de consumo (ICON) caiu 1,66%, enquanto o do setor imobiliário (IMOB) recuou 2,34%. Esses movimentos demonstram a fragilidade das ações em cenários de elevada incerteza econômica.

Outras ações em queda significativa

Além do Magazine Luiza, outras ações também enfrentaram quedas consideráveis:

  • CVC (CVCB3): A ação da companhia de turismo caiu entre 5% e 7%, refletindo um impacto negativo generalizado no setor.
  • Azul (AZUL4): A aérea viu suas ações caírem na mesma faixa, evidenciando um cenário adverso para empresas do setor de turismo e transporte.
  • EzTec (EZTC3): A construtora também apresentou quedas significativas, alinhando-se com a tendência negativa observada em outros setores.

Desempenho dos principais destaques de ações

Entre os poucos destaques positivos, o Bradesco (BBDC4) avançou 5,14% após apresentar resultados financeiros positivos no segundo trimestre. A instituição destacou a redução em provisões e melhorias na qualidade dos ativos. Em contraste, o BTG Pactual (BPAC11) caiu 3,27%, o pior desempenho entre os bancos do Ibovespa. A Vale (VALE3) recuou 1,02%, influenciada por movimentos negativos nos mercados externos, apesar da alta dos preços futuros do minério de ferro na Ásia. A Petrobras (PETR4) também perdeu 1,74%, acompanhando o clima negativo geral e a queda do barril de Brent, que recuou 0,78% para US$ 76,21.

Contexto global e Impacto das taxas de juros

A queda observada no mercado brasileiro é uma consequência direta da aversão global ao risco, impulsionada por temores relacionados à desaceleração da economia dos Estados Unidos. Esse sentimento é exacerbado por questões relacionadas à política monetária do Japão, que afeta o mercado de juros futuros. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2025 apresentou uma taxa de 11,600%, ligeiramente superior ao ajuste da sexta-feira.

Desempenho do mercado internacional

No cenário internacional, o S&P 500 caiu 3%, refletindo um movimento de busca por proteção entre investidores. O rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA marcou 3,7435%, mostrando uma tendência de maior demanda por Treasuries. Esse contexto global contribui para a desvalorização das ações no Brasil, seguindo a tendência global de aversão ao risco.