A controladora do Grupo Light, a Light S.A., entrou com pedido de recuperação judicial perante a 3ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, com uma dívida aproximada de R$ 11 bilhões.

De acordo com um comunicado emitido pela empresa, o pedido foi feito em caráter de urgência, uma vez que os desafios decorrentes da atual situação econômico-financeira da companhia e de algumas de suas subsidiárias persistem e estão se agravando.

Entenda o caso

Motivado por fatores como as dificuldades no combate aos furtos de energia e a devolução de valores bilionários em créditos tributários aos consumidores, o Grupo Light está enfrentando um grave desequilíbrio financeiro em sua distribuidora de energia, que atende consumidores em mais de 30 municípios do Rio de Janeiro.

A situação se agravou neste ano, com o vencimento iminente de obrigações financeiras e a dificuldade da empresa em renegociar suas dívidas diante das incertezas em torno da renovação da concessão de distribuição, que expira em meados de 2026.

Embora a Lei 12.767/2012 proíba as concessionárias de serviços públicos de energia elétrica de recorrerem aos regimes de recuperação judicial ou extrajudicial, a Light já havia obtido na Justiça do Rio de Janeiro uma cautelar que suspendeu temporariamente suas obrigações financeiras e instaurou uma mediação com credores. Essa medida foi interpretada por advogados como uma espécie de “pré-recuperação judicial”.

Resultados Light (LIGT3) no 1T23

Na divulgação dos resultados referentes ao primeiro trimestre de 2023 (1T23), a Light (LIGT3) registrou um lucro líquido de R$ 107,1 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 106 milhões obtido no mesmo período do ano anterior.

No entanto, o Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 538,4 milhões, o que representa uma queda de 5,7% em relação aos três primeiros meses de 2022.

A empresa também divulgou o Ebitda ajustado de acordo com a Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 527/2012, que exclui equivalência patrimonial e outras receitas e despesas operacionais. Nesse cálculo, o indicador apresentou um aumento de 24,9% em relação ao primeiro trimestre de 2022, quando foi registrado R$ 429,4 milhões.

Já a receita operacional líquida foi de R$ 3,61 bilhões, o que representa uma alta de 2% ante o primeiro trimestre de 2022.

A empresa apresentou a sua alavancagem, medida pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda por segmento. Na distribuição de energia, esse indicador chegou a 9,57 vezes em março deste ano, em comparação com as 8,55 vezes registradas no mesmo mês do ano anterior. Enquanto isso, nas atividades de geração e comercialização, esse indicador foi de 1,61 vez em relação a 1,12 vez na mesma comparação.

Equipe MI

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