A Oi (OIBR3) anunciou nesta quarta-feira (17) que a paranaense Ligga Telecomunicações foi a única empresa a apresentar proposta na primeira rodada do processo de venda da ClientCo, o serviço de banda larga da Oi.

A proposta oferecida pela Ligga, companhia do empresário Nelson Tanure, foi de R$ 1,03 bilhão para aquisição total, com pagamento à vista. No entanto, a oferta é menor que o valor mínimo exigido, de R$ 7,3 bilhões. 

Dessa maneira, o juiz que acompanha o caso decidiu suspender a Audiência Primeira Rodada. Agora, a proposta da Ligga será apresentada para avaliação de credores.

Recuperação judicial da Oi

Após cinco tentativas frustradas, a Oi finalmente obteve a aprovação do plano de recuperação judicial no mês de abril. O documento recebeu o aval de 79,87% dos credores.

Uma das principais medidas destacadas no plano é o compromisso assumido pela empresa de vender ativos para reforçar o caixa. O valor mínimo almejado para a venda da ClientCo, unidade de fibra da Oi, será de R$7,3 bilhões.

Além disso, o plano contempla estratégias para garantir financiamentos no valor mínimo de R$650 milhões, visando garantir a liquidez enquanto a empresa negocia seus ativos.

A maior parte desses recursos, pelo menos US$500 milhões, virá do Ad Hoc Group, um grupo composto por detentores de títulos de dívidas internacionais, ou bondholders, que representa mais da metade dos credores quirografários da Oi.

A soma engloba o financiamento extraconcursal na modalidade DIP, uma categoria de crédito específica destinada a empresas em recuperação judicial, no valor de US$375 milhões, que já havia sido aprovado, além de um empréstimo-ponte de cerca de US$135 milhões.

Os demais R$150 milhões serão obtidos junto a qualquer credor que não esteja na mesma categoria do Ad Hoc, que se enquadra na primeira opção de reestruturação.

Pagamento dos credores

Além das preocupações com a liquidez da empresa, o plano de recuperação judicial responde à pergunta mais importante para os credores: como a Oi pretende quitar suas dívidas?

Conforme o documento aprovado hoje, os débitos de até R$100 mil serão pagos integralmente em até 45 dias, de uma só vez. Já as dívidas de até R$1 milhão serão divididas em 12 parcelas mensais.

Para créditos maiores, de até R$10 milhões, está previsto um deságio de 10% e um cronograma de pagamento em seis parcelas trimestrais, a serem iniciadas a partir de setembro do próximo ano.

As dívidas que ultrapassarem esse limite também terão um desconto de 10% e serão parceladas em seis vezes. Entretanto, nesse caso, o pagamento ocorrerá a partir de março de 2026.

Gabryella Mendes

Redatora do Melhor Investimento.