O CEO do JPMorgan Chase & Co., Jamie Dimon, alertou sobre os perigos de um cenário em que as taxas de juros de referência do Federal Reserve atinjam 7%, acompanhadas de uma possível estagflação. Dimon fez essas declarações durante uma entrevista ao Times of India, enfatizando a potencial fragilidade da economia global em tal situação.

Dimon utilizou uma metáfora do lendário investidor Warren Buffett ao afirmar que “você descobre quem está nadando nu quando a maré está baixa.” Ele indicou que um aumento nas taxas de juros para 7% poderia ser o equivalente a uma maré baixa, revelando fragilidades no sistema econômico global.

Em suas observações, Dimon ressaltou que a diferença entre taxas de juros de 5% e 7% seria mais prejudicial para a economia do que a transição de 3% para 5%. Isso contradiz a visão consensual de que o Federal Reserve está se aproximando do fim de seu ciclo de aumento de taxas.

Preocupações de Jamie Dimon

As palavras de Dimon tiveram impacto nos mercados financeiros, com o dólar americano ampliando seu valor na terça-feira, seguindo os rendimentos do Tesouro de 10 anos. A postura mais agressiva do Fed e o alerta de Dimon contribuíram para essas flutuações, segundo especialistas.

Uma taxa de juros de 7% teria implicações graves para empresas e consumidores nos Estados Unidos. Economistas já estimam a probabilidade de uma recessão nos próximos 12 meses em 60%, um cenário mais otimista do que a previsão da Bloomberg Economics de uma recessão ainda este ano.

Dimon questionou se o Federal Reserve e o mundo estão preparados para enfrentar taxas de juros tão elevadas, especialmente quando a taxa de desemprego ainda está baixa e os preços estão em declínio.

Decisões futuras

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, indicou que futuras decisões sobre taxas de juros serão baseadas em dados subsequentes, enquanto os mercados continuam a especular sobre o rumo da política monetária.

Charlie Jamieson, diretor de investimentos da Jamieson Coote Bonds, também expressou preocupação com uma taxa de 7% do Federal Reserve, alertando sobre uma possível reversão deflacionária de ativos e o risco de bolhas de ativos colapsarem, o que seria insustentável.