Pessimismo Persiste para as Ações do Banco do Brasil (BBAS3), Apontam XP e JPMorgan
O Banco do Brasil (BBAS3) enfrenta um cenário de pessimismo no mercado, com a XP Investimentos e o JPMorgan revisando suas estimativas para 2025 devido à piora na qualidade do crédito e ao impacto do setor agropecuário na inadimplência.

O cenário para as ações do Banco do Brasil (BBAS3) segue marcado por um forte pessimismo, conforme análises recentes da XP Investimentos e do JPMorgan. Após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2025, os especialistas reforçam a cautela diante da piora na qualidade do crédito, especialmente no setor agropecuário, e revisam suas projeções para o banco estatal.
Revisão para Baixo nas Estimativas da XP Investimentos para BBAS3
Desde meados de maio, quando foram apresentados os resultados do 1T25, o mercado tem demonstrado maior desconfiança em relação às ações do Banco do Brasil (BBAS3). Em relatório divulgado recentemente, a XP Investimentos revisou para baixo suas estimativas de lucro para o 2T25 e para o restante do ano.
Os analistas Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães destacam que, mesmo com duas revisões negativas recentes, as projeções podem estar ainda conservadoras. A expectativa para o lucro líquido no 2T25 caiu de R$ 6,4 bilhões para R$ 5,4 bilhões, enquanto para 2025 a previsão foi reduzida em 8%, para R$ 26 bilhões. Essa revisão está ligada à piora observada na qualidade da carteira de crédito, que não vinha sendo plenamente refletida nas comunicações oficiais da administração do banco.
Além disso, o guidance vigente indica crescimento da carteira total de empréstimos entre 5,5% e 9,5% no ano, um ritmo menor que os 12,5% registrados no 1T25. Para o segundo trimestre, a XP projeta uma desaceleração, com crescimento de 8% em relação ao 2T24, porém praticamente estável trimestre a trimestre.
Inadimplência do Setor Agroimpacta Resultados do Banco do Brasil (BBAS3)
Um dos principais fatores que pressionam negativamente as ações BBAS3 é o aumento do índice de inadimplência, que sofre forte influência do setor agropecuário. Esse cenário resulta em maiores provisões para perdas, reduzindo a lucratividade do banco estatal.
A XP Investimentos reforça que essa deterioração na qualidade do crédito tem sido um desafio persistente e deve continuar impactando os números do Banco do Brasil ao longo de 2025. A pressão da inadimplência e as provisões elevadas são elementos que contribuem para o sentimento negativo do mercado.
Sentimento Negativo dos Investidores e Análise do JPMorgan
O clima entre investidores é de cautela, conforme destaca o JPMorgan, que realizou encontros com gestores financeiros em São Paulo e Rio de Janeiro. O consenso predominante é de pessimismo em relação ao Banco do Brasil (BBAS3), com muitos investidores optando por vender ou evitar a ação.
O banco americano ressalta que a preocupação maior está relacionada à magnitude e à duração esperadas do ciclo de piora do agronegócio, que tem sido um ponto-chave para a alta inadimplência. Embora haja poucos otimistas, estes ressaltam o múltiplo baixo do BBAS3 — em torno de 0,7 vez o preço sobre o valor patrimonial — e o elevado interesse em posições vendidas como sinais de potencial oportunidade.
Comparação com Outros Bancos e Estratégias no Setor Financeiro
Enquanto o Banco do Brasil (BBAS3) enfrenta forte rejeição, outros bancos listados na B3 apresentam perfis diferentes. O Bradesco (BBDC4) é visto como uma opção de maior volatilidade, com investidores apostando em sua capacidade de se beneficiar de possíveis reduções nas taxas de juros e do calendário eleitoral.
Já o Itaú (ITUB4) é considerado caro, mas ainda é atraente para investidores que buscam exposição ao setor financeiro brasileiro. A Itaúsa (ITSA4) surge como alternativa com múltiplos mais acessíveis. O Santander Brasil (SANB11), por sua vez, enfrenta desafios relacionados à inadimplência em crédito para automóveis e menor liquidez, o que reduz sua atratividade.