IRBR3 vira aposta do JP Morgan para 2026 com projeção de dividendos

JP Morgan eleva IRBR3 a preferida do setor, revisa preço-alvo e projeta dividendos crescentes; veja por que a ação ganhou força

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08 de dez, 2025 às 11:43
IRBR3 ações em alta Foto: Adobe Stock

O pregão desta segunda-feira (8) começou com holofotes sobre as ações IRBR3. O JP Morgan revisou sua avaliação para o IRB(Re) e passou a classificar o papel como compra, movimento que também veio acompanhado de um aumento no preço-alvo para 2026: de R$ 54 para R$ 64 por ação.

Com isso, a resseguradora entrou oficialmente para a lista de preferidas do banco dentro do setor de seguros.

A mudança na recomendação acontece mesmo após um desempenho mais tímido das ações ao longo de 2025. Enquanto o IRB avançou cerca de 13% no ano, o Ibovespa acumula alta próxima de 31% e o MSCI Financials Brasil sobe 47% em reais. Para os analistas, apesar do rali generalizado no mercado, o papel ainda negocia com margem para reprecificação.

Dividendos IRBR3 no centro da tese

O JP Morgan reconhece que o ritmo dos prêmios emitidos (que recuaram aproximadamente 10% em 2025) segue como ponto de atenção. Mesmo assim, a casa vê espaço para melhora a partir de 2026, impulsionada por uma base comparativa mais fraca e por ajustes comerciais que começam a se refletir nos resultados.

Ainda que o crescimento não se confirme, o banco acredita que os acionistas podem ser amplamente compensados por meio dos dividendos. Entre os fatores que fortalecem essa tese estão:

  • Geração de capital orgânico elevada, sustentada por RoTE acima de 20%;
  • Maior lucro em caixa distribuível, beneficiado pelo uso de créditos tributários;
  • Índice de solvência projetado para encerrar 2025 acima de 260%.

Com esses elementos, o JP Morgan projeta payouts crescentes:

  • 50% do lucro em 2026;
  • 75% em 2027;
  • 90% em 2028.

Isso resultaria em dividend yields estimados de 8%, 13% e 18%, respectivamente; uma das principais razões para o banco reposicionar o IRB(Re) como seu nome favorito entre as resseguradoras.

Desafios e oportunidades para as ações IRB (Re)

A queda dos prêmios ao longo de 2025 é atribuída, sobretudo, à perda de espaço em segmentos como vida e aviação. Quando esses nichos são excluídos da conta, a retração acumulada cai para apenas 2%. A expectativa do banco é de que a virada comece já no primeiro trimestre de 2026, com previsão de alta de 5% nos prêmios no próximo ano.

No cenário regulatório, a possível reforma do IVA desponta como catalisadora. A medida retiraria a cobrança de imposto sobre a receita de resseguro, o que poderia elevar o lucro por ação entre 10% e 20% a partir de 2027.

Ainda assim, o banco destaca riscos: um agronegócio mais fraco e um ambiente de mercado mais competitivo podem limitar a retomada. Mesmo assim, a equipe do JP Morgan ressalta que a tese para IRBR3 está sustentada em fundamentos operacionais, e não apenas no comportamento das taxas de juros ou no clima eleitoral.

Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.