O Conselho de Administração do IRB Brasil (IRBR3) anunciou na quarta-feira (7) a aprovação da terceira emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, no valor total de R$ 250 milhões. No entanto, a notícia não foi suficiente para animar os investidores, que continuam desconfiados em relação ao processo de reestruturação da companhia.

Para a empresa, a emissão de debêntures tem como objetivo auxiliar na manutenção dos índices regulatórios, especialmente na cobertura das provisões técnicas. Serão emitidas um total de 250 mil debêntures, com valor nominal unitário de R$ 1.000,00, divididas em duas séries. A primeira série será composta por 100 mil debêntures, enquanto a segunda terá 150 mil. Ambas as séries serão emitidas no dia 9 de junho de 2023.

As debêntures da primeira série terão um prazo de vencimento de quatro anos, com vencimento previsto para 9 de junho de 2027. Já as debêntures da segunda série terão um prazo de vencimento de quatro anos e meio, com vencimento em 9 de dezembro de 2027.

A empresa ressaltou que os valores das debêntures estarão sujeitos a juros remuneratórios equivalentes a 100% da variação acumulada das taxas médias diárias do DI.

A decisão do conselho de administração visa fortalecer a situação financeira da empresa, mas os investidores continuam cautelosos, aguardando mais informações sobre o processo de reestruturação do IRB Brasil. A empresa enfrentou recentemente dificuldades financeiras e escândalos contábeis, o que gerou desconfiança no mercado e levou à necessidade de uma estratégia para reconquistar a confiança dos investidores.

IRB Brasil paga US$ 5 milhões por fake news

No início de 2020, o ex-vice-presidente executivo de finanças e relações com investidores do IRB Brasil, Fernando Passos, foi acusado de disseminar uma notícia falsa sobre um suposto investimento da Berkshire Hathaway, empresa de Warren Buffett, na resseguradora. 

A “fake news” divulgada foi apontada como uma maneira de tentar sustentar o preço das ações do IRB, que estavam em queda após questionamentos sobre suas práticas contábeis feitas pela Squadra Investimentos.

Após o ocorrido, as ações do IRB chegaram a subir 6%, mas despencaram mais de 40% quando a Berkshire Hathaway negou o investimento. Com sua reputação abalada, as ações do IRB Brasil caíram significativamente, de R$ 41,43 para R$ 6,47 entre janeiro e março de 2020.

Desde então, a empresa tem trabalhado para reconquistar a confiança do mercado. Em fevereiro, aprovaram um grupamento das ações ordinárias da empresa na proporção de 30 para 1.

Em maio deste ano, o IRB Brasil chegou a um acordo com o United States Justice Department (DOJ), no qual pagará US$ 5 milhões para encerrar as acusações relacionadas à disseminação de fake news envolvendo Warren Buffett. 

Por fim, a empresa reiterou seu compromisso em colaborar com as autoridades norte-americanas, conforme comunicado publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Equipe MI

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