IPOs em 2024: analistas projetam aumento nas aberturas de capital na B3
Após mais de dois anos de escassez de novas entradas de empresas na Bolsa de Valores brasileira, as chamadas ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, sigla em inglês), analistas agora antecipam um retorno expressivo de empresas ao cenário do mercado de ações no ano de 2024. Com o término do represamento dessas transações, estimativas apontam […]

Após mais de dois anos de escassez de novas entradas de empresas na Bolsa de Valores brasileira, as chamadas ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, sigla em inglês), analistas agora antecipam um retorno expressivo de empresas ao cenário do mercado de ações no ano de 2024.
Com o término do represamento dessas transações, estimativas apontam que as captações em bolsa podem alcançar até R$ 120 bilhões em um intervalo de 18 meses, com grande potencial para iniciar ainda no primeiro semestre. Essa projeção abrange não apenas as IPOs, mas também follow-ons (ofertas de ações de empresas já listadas) e negociações em bloco, conforme destacado pelo Bank of America.
Hans Lin, corresponsável pela área de banco de investimentos do Bank of America no Brasil, afirmou: “Estamos estimando um mercado de mais de R$ 100 bilhões e que pode chegar até a R$ 120 bilhões em captações, se vier a tempestade perfeita, com o corte de juros do Federal Reserve, o banco central americano.”
Ao longo de três anos, apenas em 2010, 2020 e 2021, o total de IPOs e follow-ons no Brasil ultrapassou a marca de R$ 100 bilhões. O recorde foi estabelecido em 2010, atingindo R$ 149 bilhões, conforme levantamento da SulAmérica Vida, Previdência e Investimentos, com dados da B3.
As taxas adotadas para controlar a inflação em grandes economias desestimularam o apetite de investidores para o risco, afetando a entrada de empresas na bolsa. Os últimos IPOs no Brasil ocorreram em agosto de 2021, com a chegada ao mercado da Raízen e da Oncoclínicas, seguidas pela dupla listagem do Nubank em dezembro, na B3 e na Bolsa de Valores de Nova York.
Segundo o presidente da B3, Gilson Finkelsztain, mais de 50 empresas se prepararam nos últimos dois anos para listar ações publicamente. Mesmo que algumas tenham mudado de planos, novas candidatas ao IPO podem surgir.
Hans Lin, do Bank of America, destacou: “Nossa análise mostra entre 50 e 80 transações acontecendo entre IPOs, venda de blocos de ações e follow-ons, num período de 18 meses, a partir do ano que vem.”
Diversas empresas, incluindo incorporadoras imobiliárias, empresas de saneamento, farmacêuticas e outras, estão atentas à oportunidade de entrar na B3 nos próximos meses, à medida que as condições se tornam favoráveis.
O ano de 2023 registrou R$ 31 bilhões em follow-ons, uma queda significativa em comparação aos R$ 58 bilhões de 2022, impulsionados pela privatização da Eletrobras. Em 2024, a venda de ações da Sabesp pelo governo de São Paulo pode contribuir com até R$ 20 bilhões nas transações.
Considerando apenas IPOs, o banco Itaú projeta um cenário-base mais conservador, com a chegada ao mercado de aproximadamente cinco empresas no ano. A expectativa total é de 25 a 35 transações, incluindo follow-ons, movimentando entre R$ 50 bilhões e R$ 70 bilhões.
Com informações de Estadão