,Impulsionado principalmente pelo influxo de investimentos estrangeiros, a Bolsa de Valores brasileira teve um desempenho extraordinário em 2023, registrando um impressionante aumento de mais de 22% no Ibovespa, atingindo sua máxima histórica de 134,1 mil pontos. Este notável feito, representando o melhor desempenho desde 2019.

Até o fechamento do pregão em 26 de dezembro, os investidores internacionais direcionaram aproximadamente R$ 45 bilhões para o mercado secundário da B3, com uma concentração notável nos últimos meses do ano anterior. Esse impulso vigoroso foi alimentado pela perspectiva de possíveis cortes de juros pelo Federal Reserve dos Estados Unidos, programados para o primeiro semestre de 2024.

O saldo líquido positivo de R$ 21 bilhões em novembro e R$ 17 bilhões em dezembro reflete o aumento do apetite ao risco nos mercados globais. Com a melhoria do cenário internacional, a Bolsa de Valores brasileira se destacou como uma das principais beneficiárias desse movimento, levando o Ibovespa a encerrar o ano em uma alta histórica.

Para 2024, os especialistas antecipam que o fluxo de investimento estrangeiro continuará fluindo em direção à Bolsa brasileira, o que poderá resultar em novos recordes para o Ibovespa.

Otimismo para 2024: especialistas preveem crescimento impulsionado pelos investimentos estrangeiros

Jennie Li, estrategista de ações da XP, apresentou uma visão otimista para os investimentos estrangeiros em 2024, afirmando que o fluxo continuará sustentando o crescimento da Bolsa. Segundo ela, o movimento dos investidores estrangeiros está sendo guiado pelo cenário macroeconômico global.

A análise mensal do ingresso de dinheiro estrangeiro em 2023 mostra variações, mas o ano encerrou com um aporte total de R$ 45 bilhões. Esse valor expressivo evidencia a confiança renovada dos investidores estrangeiros na Bolsa brasileira.

Brasil vs. EUA: Análise de valuation e oportunidades de investimento

Um fator crucial que pode contribuir para o desempenho contínuo da Bolsa, impulsionado pelo investimento estrangeiro, é o valuation do Ibovespa em comparação com os índices americanos. Mesmo após o notável crescimento em 2023, Jennie Li considera que a Bolsa brasileira permanece “barata” para os investidores estrangeiros.

Ela destaca que, em comparação com os mercados desenvolvidos e emergentes, a B3 ainda está descontada em relação à sua média histórica. A Bolsa brasileira, que já representou cerca de 4% do mercado global de ações em 2011, recuou para 1% nos últimos tempos.

Perspectivas positivas com suporte do Federal Reserve

Além do investimento estrangeiro, o Federal Reserve dos Estados Unidos também desempenhou um papel importante no cenário econômico global. Mudanças na comunicação do Fed para um tom mais “dovish” resultaram em uma disparada dos mercados no final de 2023, levando não apenas o Ibovespa, mas também o Dow Jones a atingir máximas históricas.

Esses níveis elevados nas bolsas americanas abrem ainda mais oportunidades para os mercados emergentes, especialmente aqueles ricos em recursos naturais, como o Brasil. A manutenção de uma postura menos “duro” do Fed em relação à inflação é esperada para continuar, o que deve manter o apetite ao risco, com o Brasil figurando como um dos destinos preferenciais dos investidores.