O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) registrou deflação de 1,10% em julho, porém com menor intensidade em comparação a junho, quando a queda foi de 2,20%, de acordo com informações divulgadas pela Fundação Getúlio Vargas nesta segunda-feira (17).

No acumulado do ano, o índice apresenta uma variação negativa de 5,20% e, nos últimos 12 meses, uma queda de 7,89%. No mesmo período do ano anterior, em julho de 2022, o IGP-10 havia apresentado um aumento de 0,60% no mês e uma elevação de 10,87% em 12 meses.

Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)

No mês de julho, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registrou uma queda de 1,54%, apresentando uma melhora em relação à taxa de -3,14% registrada no mês anterior. Ao analisar os estágios de processamento, observa-se que os preços dos Bens Finais variaram de -1,01% em junho para -0,97% em julho.

Um dos fatores que mais contribuíram para esse resultado foi o subgrupo de alimentos in natura, que apresentou uma mudança significativa na taxa, passando de -2,21% para 0,49%.

Excluindo os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, o índice relativo a Bens Finais (ex) teve uma queda de 0,52% em julho. No mês anterior, essa taxa foi de -0,03%.

Já o grupo de Bens Intermediários registrou uma redução na taxa de -3,36% em junho para -1,31% em julho. O subgrupo que mais influenciou esse movimento foi o de combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -12,77% para -2,77%.

Ao excluir o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, o índice de Bens Intermediários (ex) apresentou uma queda de 1,08% em julho, em comparação com a queda de 1,68% registrada no mês anterior.

Por sua vez, o índice do grupo Matérias-Primas Brutas passou de -5,00% em junho para -2,38% em julho. Dentre os itens que mais contribuíram para essa redução menos intensa, destacam-se o minério de ferro (de -8,04% para 3,19%), o milho em grão (de -15,63% para -9,49%) e a soja em grão (de -5,16% para -3,07%).

Em contrapartida, os itens que apresentaram maior queda foram o leite in natura (de 0,34% para -7,47%), o café em grão (de -5,57% para -10,99%) e a cana-de-açúcar (de 1,44% para 0,15%).

De acordo com André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, a aceleração do preço do minério de ferro (de -8,04% para 3,19%) e as quedas menos intensas registradas para o milho (de -15,63% para -9,49%) e para a soja (de -5,16% para -3,07%) foram fatores determinantes para o aumento da taxa do índice ao produtor.

Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

Ainda de acordo com o FGV, no mês de julho, houve um aumento de 0,02% no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), após uma queda de 0,18% em junho. Entre as oito categorias de gastos que compõem o índice, quatro delas registraram um aumento em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação (de -1,93% para 0,99%), Transportes (de -1,23% para -0,16%), Comunicação (de -0,06% para 0,14%) e Alimentação (de -0,21% para -0,17%).

Os principais contribuintes para esse movimento foram os seguintes itens: passagem aérea (de -11,47% para 5,50%), gasolina (de -3,20% para 2,26%), tarifa de telefone móvel (de -0,28% para 0,10%) e hortaliças e legumes (de -2,47% para 2,73%).

Por outro lado, os grupos Habitação (de 0,79% para -0,24%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,49% para 0,15%), Despesas Diversas (de 0,63% para 0,15%) e Vestuário (de 0,40% para 0,31%) apresentaram uma diminuição em suas taxas de variação.

Nessas categorias de gastos, os principais itens que influenciaram foram: tarifa de eletricidade residencial (de 1,42% para -0,85%), plano e seguro de saúde (de 1,04% para 0,38%), jogo lotérico (de 7,32% para 0,00%) e serviços do vestuário (de -0,38% para -1,11%).

No contexto do consumidor, o principal fator que contribuiu para a aceleração do IPC foi o aumento da gasolina (de -3,20% para 2,26%), devido à reintrodução dos impostos federais (PIS e COFINS). Na construção civil, o índice recuou devido à desaceleração dos reajustes na mão de obra (de 2,27% para 0,28%), conforme afirmado por Braz em comunicado.

Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)

Por sua vez, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,01% em julho. No mês anterior, a taxa de variação foi de 1,19%. Os três grupos que compõem o INCC apresentaram as seguintes variações de junho para julho: Materiais e Equipamentos tiveram uma queda de 0,22% (anteriormente, havia registrado um aumento de 0,10%), Mão de Obra teve um aumento de 0,28% (em comparação a 2,27% no mês anterior) e Serviços repetiram a taxa do mês anterior, de 0,32%.

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