Abertura de mercado: o impacto do primeiro payroll de 2025 na economia global
Nesta sexta-feira (7), os investidores acompanham com cautela a divulgação do primeiro relatório de empregos dos Estados Unidos de 2025, o payroll.

Nesta sexta-feira (7), os mercados globais aguardam com grande expectativa o primeiro relatório de empregos dos Estados Unidos de 2025, o famoso payroll. Esse dado indispensável sobre a evolução do mercado de trabalho americano tem o poder de influenciar diretamente as decisões sobre taxas de juros, tanto na maior economia do mundo quanto nos demais mercados internacionais. A divulgação ocorrerá às 10h30 (horário de Brasília) e promete balizar os rumos dos investimentos e a postura dos investidores, que já demonstram um comportamento cauteloso.
O relatório de empregos dos Estados Unidos, ou payroll, é considerado um dos indicadores mais importantes para a economia global. Ele oferece dados detalhados sobre a criação de empregos no setor privado não agrícola e a taxa de desemprego, além de outras variáveis como os ganhos médios por hora e a participação na força de trabalho. Com o crescimento do emprego nos EUA impactando diretamente as perspectivas de inflação e as decisões do Federal Reserve, a divulgação desse relatório será o ponto de atenção para os mercados financeiros.
Espera-se que o payroll de janeiro de 2025 forneça novas pistas sobre o estado da economia dos Estados Unidos e se a recuperação econômica observada nos últimos meses continuará. Isso é especialmente relevante após o Fed ter adotado uma postura mais rígida em relação à política monetária nos últimos anos, tentando controlar a inflação sem prejudicar o crescimento econômico.
Mercados globais em suspense
Antes da divulgação do payroll, os mercados financeiros operam com cautela. Na Europa, as principais bolsas de valores estão se mantendo estáveis, enquanto os índices futuros de Nova York registram movimentações laterais. O EWZ, o principal ETF brasileiro negociado no exterior, também segue com uma performance estável no pré-mercado, à espera de mais clareza sobre a economia global.
Além disso, a cautela nos mercados internacionais se reflete também nos preços das commodities. O petróleo apresenta uma leve alta, mas ainda se encaminha para uma queda semanal, refletindo as preocupações dos investidores com as tarifas impostas pelos Estados Unidos à China e os impactos que isso poderá ter na demanda global. Ao mesmo tempo, os preços do minério de ferro subiram 0,86% em Dalian, chegando a US$ 112,07 por tonelada, impulsionados por uma demanda constante, principalmente da China.
Essas oscilações nos preços das commodities e a instabilidade nos mercados financeiros mostram que, apesar das altas nos índices, os investidores estão cada vez mais focados nos dados econômicos dos EUA, especialmente no payroll.
Amazon e outros desempenhos corporativos
Além das expectativas em relação aos dados de emprego nos Estados Unidos, o mercado também está observando atentamente o desempenho das grandes empresas. Um dos destaques foi a Amazon, cujas ações caíram no after-market na quinta-feira (6) após a gigante do e-commerce divulgar previsões de lucros abaixo das estimativas do mercado para o trimestre.
Esse movimento reflete o receio dos investidores de que a desaceleração do crescimento econômico global, juntamente com a alta nos custos operacionais e logísticos, possa prejudicar o desempenho das grandes empresas de tecnologia. A reação do mercado a essa notícia serve de alerta para outras grandes empresas que também irão divulgar resultados financeiros nas próximas semanas.
Expectativas para o mercado brasileiro
Assim como no cenário internacional, os investidores brasileiros também aguardam com expectativa os dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos. A volatilidade nos mercados globais está gerando cautela, e a tendência é que, enquanto não houver uma clareza maior sobre o rumo da economia dos EUA, o mercado local permaneça cauteloso. O EWZ, que reflete o desempenho das ações brasileiras nos Estados Unidos, estava em território estável no pré-mercado, sem grandes variações.
Além disso, o Brasil tem uma agenda importante para esta sexta-feira (7), com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concedendo uma entrevista às 8h20 e o Banco Central realizando uma reunião trimestral com economistas. Os investidores também estarão atentos aos indicadores econômicos do país, como a balança comercial, com a divulgação às 15h, e o IGP-DI de janeiro, que será publicado às 8h. Esses dados devem ajudar a entender melhor a situação econômica brasileira e, assim, influenciar as decisões de investimento no país.
Agenda econômica: os principais eventos do dia
Brasil
- Fernando Haddad: Entrevista do Ministro da Fazenda (8h20).
- Banco Central: Reunião trimestral com economistas.
- Indicadores econômicos:
- Balança Comercial (15h).
- IGP-DI de janeiro (8h).
EUA
- Relatório de Emprego (Payroll): Divulgado às 10h30.
- Pesquisa da Universidade de Michigan: Expectativas sobre confiança e inflação, às 12h.
- Fed: Discursos das diretoras Michelle Bowman (11h25) e Adriana Kugler (14h).
Europa
- Reino Unido: Huw Pill, economista-chefe do Banco da Inglaterra, participa de briefing sobre política monetária.