Bolsa fecha em queda com pressão das commodities

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou em queda nesta sexta-feira (23), pressionado pela desvalorização das commodities, que afetou fortemente ações de grandes empresas como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4). O desempenho negativo também reflete a cautela dos investidores antes do feriado prolongado do Carnaval. No entanto, a Eletrobras (ELET3) teve um dia de alta, impulsionada por um novo acordo que proporcionou a entrada da União no conselho da companhia e retirou a obrigação de investimentos no projeto nuclear de Angra 3.

Queda do Ibovespa

O Ibovespa fechou com uma queda de 1,36%, somando 123.096,39 pontos, conforme dados preliminares. Durante o pregão, o índice chegou a marcar um mínimo de 122.658,78 pontos, mas conseguiu alcançar a máxima do dia aos 124.916,19 pontos, evidenciando a volatilidade do mercado. Com essa queda, o índice acumula uma perda de 3,17% na semana e 2,41% no mês.

Commodities e Blue Chips sob pressão

O recuo das commodities foi um dos principais fatores responsáveis pela queda do Ibovespa. Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), duas das maiores blue chips da bolsa, sentiram o impacto das desvalorizações de commodities, como minério de ferro e petróleo, respectivamente. Essas duas empresas são grandes influenciadoras do desempenho do índice, e suas ações pesaram no índice durante o pregão.

Com a baixa nos preços das commodities, o mercado se manteve mais cauteloso, refletindo as tensões externas, como a desaceleração da economia chinesa, um dos maiores consumidores de commodities do mundo. A incerteza global também contribuiu para a pressão sobre as ações dessas empresas.

Cautela antes do Carnaval

Além do fator externo, o clima de cautela prevaleceu no mercado devido ao feriado prolongado de Carnaval, que costuma resultar em uma redução no volume de negociações. Os investidores tendem a adotar uma postura mais conservadora em momentos de incerteza e quando se aproxima um período de baixa liquidez, como o Carnaval. Isso levou a um volume financeiro de R$23,6 bilhões no pregão de sexta-feira, valor preliminar antes dos ajustes finais.

Embora o volume de transações tenha sido inferior ao de um dia normal, a Eletrobras (ELET3) se destacou positivamente, refletindo a força do setor de energia em meio ao contexto turbulento para outras ações no índice.

Eletrobras (ELET3) registra alta após acordo

No lado positivo do pregão, as ações da Eletrobras avançaram com o anúncio de um acordo estratégico. A União será incluída no conselho da empresa, o que deverá dar mais peso político e aumentar a governança corporativa da companhia. Além disso, o novo acordo também desobriga a Eletrobras de realizar investimentos no projeto nuclear Angra 3, o que representa um alívio significativo para as finanças da empresa. Esse movimento gerou otimismo no mercado e contribuiu para a alta de 2,9% nas ações da Eletrobras, que fecharam a R$46,85.

Esse avanço foi um respiro para o setor de energia, que, apesar da pressão em outras ações, viu uma valorização significativa com o acordo envolvendo a estatal. O governo brasileiro, por sua vez, consegue garantir uma maior participação no conselho da companhia, reforçando o controle sobre um dos maiores grupos de energia do país.

Maiores altas do Ibovespa hoje (28)

Ticker	Valorização (%)	Valor por ação (R$)
POMO4	+3.22%	R$ 7,38
ELET3	+2.58%	R$ 38,21
ELET6	+2.33%	R$ 42,23
FLRY3	+2.07%	R$ 11,35
RENT3	+1.78%	R$ 28,09

Maiores quedas do Ibovespa hoje (28)

Ticker	Valorização (%)	Valor por ação (R$)
MRFG3	-9.56%	R$ 13,72
BRKM5	-7.37%	R$ 10,94
RADL3	-5.85%	R$ 17,37
VAMO3	-5.64%	R$ 3,85
USIM5	-4.87%	R$ 5,67

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

Nome	Fechamento	Variação em pts	Variação em %
🇧🇷 Bovespa	123.096	-1.703	-1,37%
🇧🇷 USD/BRL	5,8810	+0,0424	+0,73%
🇺🇸 S&P 500	5.950,50	+88,80	+1,51%