O Ibovespa encerrou a sexta-feira (17) com um crescimento de 0,92%, alcançando 122.350,38 pontos e uma alta acumulada de 1.116,24 pontos. Com esse desempenho, o índice de ações da B3 teve sua melhor semana desde agosto de 2024, fechando com um ganho de 2,94%. Este é o segundo crescimento semanal consecutivo, com a anterior apresentando um aumento de 0,27%. O mercado, além de ser favorecido pela atuação da Vale (VALE3), também foi impactado por uma onda de otimismo nos mercados financeiros internacionais, especialmente nos Estados Unidos, à véspera da posse de Donald Trump para seu segundo mandato.

Impulso da Vale e setor bancário

O destaque do dia foi a valorização das ações da Vale, que dispararam 3,46%, atingindo a maior alta do índice. O bom desempenho da mineradora foi impulsionado não só pela valorização do minério de ferro, mas também por um conjunto de dados econômicos positivos da China, que sinalizaram uma demanda resiliente por commodities. Além disso, um grande banco revisou suas projeções para a Vale, o que gerou ainda mais otimismo entre os investidores.

Outro fator que impulsionou o índice foi o desempenho das ações do Itaú Unibanco (ITUB4), que se destacaram no setor bancário. O banco subiu 0,72%, após uma elevação na recomendação por analistas, mesmo diante de um mercado mais volátil para os concorrentes.

Por outro lado, as ações de petroleiras como Petrobras (PETR4) e PRIO (PRIO3) se beneficiaram de revisões positivas dos analistas, que elegeram as duas como as preferidas do setor, apesar da queda no preço internacional do petróleo. A Petrobras também se destacou ao anunciar a elevação de sua produção de gasolina e diesel para recordes históricos em 2024.

O otimismo nos mercados dos EUA

A valorização do Ibovespa foi igualmente sustentada pelo otimismo nos mercados financeiros dos Estados Unidos. Na véspera da posse de Donald Trump, que acontece na segunda-feira (20), os índices americanos fecharam o dia e a semana com fortes altas. O mercado espera que o Federal Reserve mantenha os juros inalterados em janeiro, levando os investidores a se posicionarem de maneira favorável, especialmente nas ações do setor de tecnologia.

Em Wall Street, os principais índices também registraram ganhos significativos na sexta-feira. O Dow Jones subiu 0,78% e fechou a semana com um avanço de 3,69%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq aumentaram 1,00% e 1,51%, respectivamente, com as altas semanais de 2,91% e 2,56%. O bom desempenho da tecnologia foi um dos principais motores para o otimismo nos mercados.

FMI revisa para cima as previsões de crescimento do Brasil

Uma notícia positiva para o mercado brasileiro veio do Fundo Monetário Internacional (FMI), que revisou para cima a previsão de crescimento do PIB brasileiro em 2024. A estimativa foi elevada de 3,0% para 3,7%, um sinal de confiança no desempenho da economia brasileira. Contudo, o FMI manteve sua projeção de desaceleração para 2025, com um crescimento esperado de 2,2%. A revisão da previsão de crescimento reflete um otimismo cauteloso, com a expectativa de que o Brasil continuará a enfrentar desafios econômicos, embora de forma mais moderada do que inicialmente previsto.

Expectativa para o IPCA-15 e dados econômicos

A expectativa para o próximo indicador relevante é o IPCA-15 de janeiro, que será divulgado na sexta-feira (24). O mercado aguarda uma desaceleração da inflação, o que poderá impactar diretamente as expectativas econômicas para 2025. Esse dado será crucial para o Banco Central, que já enfrenta um cenário de inflação persistente, e pode influenciar as futuras decisões de política monetária.

Em meio a esse cenário de boas notícias, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista à CNN Brasil que a equipe econômica apresentará um projeto de reforma tributária focado na renda, com uma segunda etapa da reforma sendo apresentada em 2025. Haddad afirmou que, se aprovado, o projeto entrará em vigor em 2026, mas não trouxe informações significativas que pudessem impulsionar ainda mais os negócios no curto prazo.

O que esperar para a próxima semana?

O bom momento do Ibovespa e do mercado financeiro brasileiro, com o impulso de grandes nomes como a Vale e o setor bancário, deve seguir a tendência positiva na próxima semana, especialmente com a continuidade do otimismo nos mercados dos EUA e a expectativa de dados econômicos favoráveis para o Brasil. No entanto, é importante monitorar a divulgação do IPCA-15 de janeiro e os próximos passos do governo brasileiro, que podem ter um impacto importante no desempenho da economia.

Resumo do Ibovespa na semana:

  • Segunda-feira (13): +0,13%
  • Terça-feira (14): +0,25%
  • Quarta-feira (15): +2,81%
  • Quinta-feira (16): -1,15%
  • Sexta-feira (17): +0,92%
  • Semana: +2,94%
  • Janeiro: +1,72%

Maiores altas do Ibovespa hoje (17)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
CMIN3+5.13%R$ 5,12
IRBR3+4.21%R$ 52,21
CSNA3+4.10%R$ 8,13
BEEF3+3.72%R$ 5,02
USIM5+3.51%R$ 5,01

Maiores quedas do Ibovespa hoje (17)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
YDUQ3-5.71%R$ 8,58
HAPV3-5.49%R$ 2,24
CSAN3-4.98%R$ 8,20
AZUL4-3.06%R$ 4,43
LWSA3-2.88%R$ 3,03

Reforma Tributária é Sancionada

Outro ponto relevante do dia foi a sanção, com vetos, da aguardada reforma tributária. Bernard Appy, secretário extraordinário da reforma, destacou que o sucesso do processo foi fruto de um trabalho conjunto entre sociedade civil, governo e parlamento. A medida é vista como um passo importante para simplificar o sistema tributário e melhorar o ambiente de negócios no país.

Em resumo, o dia no mercado financeiro foi marcado por ajustes e movimentações relevantes, reforçando o dinamismo e a complexidade do cenário econômico atual.

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamentoVariação em ptsVariação em %
🇧🇷 Bovespa122.350+1.116+0,92%
🇧🇷 USD/BRL6,0760+0,0276+0,46%
🇺🇸 S&P 5005.996,71+59,37+1,00%

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Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.