Ibovespa fecha em queda com indícios de pior desempenho anual em três anos
O volume financeiro movimentado em bolsa hoje (27) foi de apenas R$ 15,56 bilhões, um valor abaixo da média recente.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, registrou queda nesta sexta-feira, 27 de dezembro de 2024, no penúltimo pregão do ano. Em um contexto marcado por incertezas fiscais, expectativas de juros elevados e um cenário externo desfavorável para mercados emergentes, o desempenho reflete a volatilidade que tem dominado os últimos meses.
Desempenho do Ibovespa nesta sexta-feira
O índice fechou com uma baixa de 0,67%, atingindo 120.269,31 pontos. Ao longo do dia, oscilou entre a mínima de 120.252,07 e a máxima de 121.609,40 pontos. O volume financeiro movimentado foi de apenas R$ 15,56 bilhões, um valor abaixo da média recente, refletindo a proximidade das festividades de fim de ano.
Essa queda dá continuidade a uma sequência de desvalorizações que se acentuaram em dezembro, levando o índice a acumular uma retração mensal de 4,30% até o momento. Caso esse desempenho se confirme no fechamento do ano, marcado para a próxima segunda-feira, 30 de dezembro, será a quarta queda mensal consecutiva.
Impactos e perspectivas para 2024
A desvalorização acumulada no ano é de 10,37%, o que, se mantido, representará a pior performance do Ibovespa desde 2021. Esse resultado é atribuído a um conjunto de fatores econômicos e políticos. Internamente, a piora na percepção sobre o cenário fiscal tem sido um dos principais catalisadores das vendas no mercado acionário. A combinação de gastos públicos elevados e incertezas sobre as medidas de ajuste fiscal tem pressionado os investidores.
Além disso, a perspectiva de uma Selic mais alta em 2024, com o Banco Central mantendo uma postura rígida para controlar a inflação, reforça o clima de cautela. Juros elevados tornam os investimentos em renda fixa mais atrativos, reduzindo o apetite por ações. No cenário externo, o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos e a desaceleração econômica na China também têm pesado sobre os mercados emergentes, incluindo o Brasil.
Setores mais impactados
Entre os setores mais afetados, destaque para o varejo e a construção civil, que historicamente sofrem mais em períodos de juros altos. Empresas desses segmentos registraram quedas expressivas nos últimos pregões, refletindo a preocupação dos investidores com a capacidade de recuperação econômica em 2024. Por outro lado, setores como commodities e bancos têm mostrado maior resiliência, ainda que com oscilações significativas.
Maiores altas do Ibovespa hoje (27)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
BRAV3 | +9.85% | R$ 22,41 |
PETZ3 | +4.00% | R$ 4,16 |
RECV3 | +2.35% | R$ 15,70 |
MULT3 | +1.24% | R$ 21,29 |
AZUL4 | +1.20% | R$ 3,38 |
Maiores quedas do Ibovespa hoje (27)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
VAMO3 | -6.18% | R$ 4,71 |
ASAI3 | -2.88% | R$ 5,74 |
CRFB3 | -2.84% | R$ 5,47 |
CMIN3 | -2.70% | R$ 5,04 |
GOAU4 | -2.46% | R$ 10,31 |
Cenário global e influência nos mercados emergentes
A política monetária dos Estados Unidos continua sendo um fator determinante para o desempenho das bolsas globais. O Federal Reserve indicou a possibilidade de novos aumentos na taxa de juros em 2024, o que tende a fortalecer o dólar e desviar investimentos de mercados emergentes. A desaceleração econômica na China, principal parceiro comercial do Brasil, também tem gerado preocupações, principalmente para o setor de exportação de commodities.
Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas
Nome | Fechamento | Variação em pts | Variação em % |
🇧🇷 Bovespa | 120.269 | -808 | -0,67% |
🇧🇷 USD/BRL | 6,1964 | +0,0141 | +0,23% |
🇺🇸 S&P 500 | 5.970,84 | -66,75 | -1,11% |
Expectativas para o último pregão do ano
Com o último pregão marcado para a próxima segunda-feira, 30 de dezembro, a expectativa é de baixa liquidez, dado o período de festas e o menor número de participantes ativos no mercado. Contudo, o desempenho final do Ibovespa será um termômetro importante para avaliar o sentimento dos investidores em relação ao início de 2024.
Em um ambiente de desafios econômicos e políticos, especialistas recomendam cautela e diversificação na composição de portfólios. A volatilidade deve continuar sendo uma característica marcante do mercado no próximo ano, exigindo atenção redobrada por parte dos investidores.
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