Ibovespa fecha em queda com tensões entre China e EUA e recuo da Petrobras
O Ibovespa caiu 1,14% nesta quinta-feira (10), influenciado pela crescente tensão comercial entre Estados Unidos e China, que gerou aversão ao risco nos mercados globais.
O Ibovespa encerrou esta quinta-feira (10) com forte queda, refletindo a piora no cenário geopolítico global. A escalada da disputa comercial entre Estados Unidos e China pressionou os mercados internacionais e trouxe aversão ao risco para os investidores. No Brasil, nem mesmo o avanço da Vale (VALE3) conseguiu segurar o índice, que recuou 1,14%, aos 126.344,70 pontos.
A instabilidade global elevou a procura por segurança, o que também impactou o câmbio: o dólar comercial subiu 0,92%, cotado a R$ 5,899. Os juros futuros fecharam com variações mistas, à espera de novos dados de inflação no Brasil e nos EUA.
Escalada comercial entre EUA e China afeta o Ibovespa
O mercado brasileiro acompanhou de perto o movimento das bolsas internacionais, que operaram em forte baixa após a Casa Branca confirmar novas tarifas contra a China, totalizando uma alíquota de 145%. A medida ampliou o temor de um rompimento mais profundo entre as duas maiores economias do mundo, o que poderia comprometer o crescimento global.
O analista Orville Schell, diretor do Centro de Relações EUA-China da Asia Society, alertou que o relacionamento entre os países pode estar próximo de um “rompimento monumental”. A reação da China foi imediata, sinalizando que não irá recuar diante da pressão americana.
Esse ambiente hostil levou o Ibovespa a refletir o humor negativo dos investidores, ainda que algumas ações tenham se destacado positivamente.
Vale sobe com minério, mas Petrobras despenca com petróleo
Apesar da aversão ao risco, a Vale (VALE3) avançou 1,79%, sustentada pela alta nos preços do minério de ferro, uma das principais commodities exportadas pelo Brasil. Esse movimento contribuiu para limitar as perdas do índice.
Em contrapartida, a queda dos preços do petróleo no mercado internacional impactou diretamente os papéis da Petrobras (PETR4), que recuaram 6,22%. A desaceleração da economia chinesa, em meio à guerra tarifária, levanta dúvidas sobre a demanda futura pela commodity.
Outras empresas do setor de energia e petróleo também sofreram: a PRIO (PRIO3) caiu expressivos 8,13%, e a Brava Energia (BRAV3) fechou em baixa de 6,82%.
Setores variados mostram desempenho misto no Ibovespa
O desempenho setorial do Ibovespa foi marcado por contrastes. No setor de proteínas, a Marfrig (MRFG3) subiu 1,63%. Já no varejo, o destaque positivo ficou com a Magazine Luiza (MGLU3), que teve valorização de 4,50%, recuperando parte das perdas dos últimos dias.
A Sabesp (SBSP3) também teve um bom desempenho, com alta de 1,92% após o recebimento de precatórios. Por outro lado, a companhia aérea Azul (AZUL4) recuou 4,44%, mesmo após anunciar um novo acordo com credores.
CPI dos EUA vem abaixo do esperado, mas incertezas permanecem
O índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos registrou deflação em março, o que surpreendeu o mercado e levou operadores a reforçarem as apostas de cortes de juros pelo Federal Reserve. No entanto, analistas alertam que os impactos das tarifas recém-anunciadas ainda não apareceram nos dados inflacionários.
“A principal incerteza segue relacionada aos efeitos das novas tarifas comerciais dos EUA sobre a dinâmica de preços”, avaliou Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.
A própria administração Biden reconheceu que haverá um “custo de transição” com a imposição de tarifas, enquanto reforça que a economia americana segue “em boa forma”.
Expectativas para o IPCA e próximos dados nos EUA
No Brasil, os investidores estão de olho na divulgação do IPCA de março, que será conhecida nesta sexta-feira (11). O consenso de mercado projeta uma alta de 0,56%. Já nos Estados Unidos, o destaque será o PPI (índice de preços ao produtor), que pode trazer mais sinais sobre a trajetória da inflação no país.
Enquanto isso, o Ibovespa deve continuar oscilando ao sabor das notícias vindas da Casa Branca. A ausência de novos anúncios já seria considerada um alívio momentâneo pelos operadores.
Maiores altas do índice Ibovespa hoje (10)
| Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
| LWSA3 | +4.58% | R$ 2,97 |
| MGLU3 | +4.50% | R$ 10,21 |
| HAPV3 | +2.78% | R$ 2,22 |
| SBSP3 | +1.92% | R$ 105,00 |
| PCAR3 | +1.92% | R$ 3,72 |
Maiores quedas do Ibovespa hoje (10)
| Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
| PRIO3 | -8.13% | R$ 32,89 |
| BRAV3 | -6.82% | R$ 16,40 |
| PETR3 | -6.49% | R$ 33,26 |
| RECV3 | -6.30% | R$ 13,38 |
| PETR4 | -6.22% | R$ 31,23 |
Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas
| Nome | Fechamento | Variação em pts | Variação em % |
| 🇧🇷 Bovespa | 126.355 | -1.441 | -1,13% |
| 🇧🇷 USD/BRL | 5,8896 | +0,0689 | +1,18% |
| 🇺🇸 S&P 500 | 5.268,05 | -188,85 | -3,46% |
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