Repetindo o cenário de ontem, esta terça-feira (29) foi mais um dia de fraco volume de negociação, com o IBOV recuando 0,36% e fechando aos 130.736,86 pontos, uma queda de 475,72 pontos. 

Em termos de volume de negócios, foi o pior dia desde 19 de junho. Ontem, essa métrica já havia registrado o pior desempenho em quatro meses. Comentando este panorama, o estrategista-chefe da XP, Fernando Ferreira, afirmou que “o interesse pela bolsa brasileira está baixo entre os investidores americanos, o que é esperado”.

Seguindo a explicação, Ferreira disse que os eventos externos têm desviado a atenção dos investidores do mercado brasileiro como, por exemplo, a divulgação de balanços das big techs, dados importantes sobre inflação e emprego nos EUA e as eleições presidenciais na próxima semana.

Nos Estados Unidos, o clima é mais otimista, especialmente no setor de tecnologia, com o Nasdaq atingindo um novo recorde de alta. Esta semana, o mercado espera os balanços da Alphabet (controladora do Google) hoje, da Microsoft e da Meta (controladora do Facebook) amanhã, e da Apple e Amazon na quinta-feira (31). 

Apenas o Dow Jones encerrou o dia em queda, enquanto os rendimentos dos Treasuries recuaram ao longo de toda a curva.

Do lado econômico, o primeiro relatório sobre o mercado de trabalho trouxe preocupação: as vagas de emprego em aberto nos EUA atingiram o nível mais baixo em três anos e meio, com os dados do mês anterior revisados para baixo, sugerindo um enfraquecimento nas condições de emprego. 

O cenário atual também impulsiona a valorização do dólar comercial, que registrou sua terceira alta consecutiva, avançando 0,92% e fechando a R$ 5,76. Os juros futuros (DIs) voltaram a subir em toda a curva.

Altas e quedas do Ibovespa

No Brasil, o dia foi marcado por oscilações até a parte final da tarde, quando o Ibovespa enfim se acomodou no campo negativo. Os bancos lideraram a queda, com o BB (BBAS3) recuando 0,57%, após passar boa parte da sessão em alta; Bradesco (BBDC4), o ativo mais negociado do dia, caindo 1,45%; e Itaú Unibanco (ITUB4) fechando em baixa de 1,06%. 

As atenções, porém, estavam voltadas para o Santander (SANB11), que despencou 5,13%, após inaugurar a temporada de balanços do setor bancário. O CEO do banco assegurou: “podemos fazer mais”.

Outro ponto que chamou a atenção foi a Petrobras (PETR4), que recuou 0,22%, após divulgar dados de produção e provocar revisões nas projeções e dividendos por parte dos analistas. A CEO da companhia afirmou que a produção deve crescer em 2025.

O IBOV conseguiu se manter estável por algum tempo, mas desandou de vez quando a Vale (VALE3) virou para o negativo e terminou com queda de 0,35%, em um dia de baixa do minério de ferro na China.

A situação ficou ainda mais complicada para o índice com a Azul (AZUL4), que, após disparar ontem, devolveu parte dos ganhos e caiu 4,58% hoje.

Em contrapartida, mais uma vez os frigoríficos mostraram força: Minerva (BEEF3) subiu 3,02%; JBS (JBSS3) avançou 0,91%; e Marfrig (MRFG3) teve alta de 2,98%. Apenas a BRF (BRFS3) virou no fim e fechou com leve queda de 0,16%.

Com o fim das eleições, os investidores voltam a monitorar os movimentos do Congresso Nacional, especialmente no avanço da regulamentação da reforma tributária. 

Ao mesmo tempo, novos dados continuam saindo: amanhã é dia de prévia do PIB dos EUA no 3T24 e do índice de inflação ao produtor no Brasil.

Maiores altas do Ibovespa nesta terça-feira (29)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
BEEF3+3,025,79
MRFG3+2,9815,20
EMBR3+2,4150,12
CRFB3+1,837,23
ASAI3+1,757,55

Maiores quedas do Ibovespa nesta terça-feira (29)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
SANB11-5,1327,39
TIMS3-4,9416,34
AZUL4-4,585,83
VIVT3-3,6251,91
CVCB3-3,272,07

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamento Variação em ptsVariação em %
🇧🇷 Bovespa130.736-475,72-0,36%
🇧🇷 USD/BRL5,7625+0,0537+ 0,92%
🇺🇸 S&P 5005.832,92+9,40+0,16%