A semana começou da melhor forma para o Ibovespa, com alta de 0,78%, aos 131.005,25 pontos, representando um ganho de 1.012,96 pontos. Foi o maior avanço do índice desde 26 de setembro (há 12 pregões), quando registrou aumento de 1,08%. 

O dólar comercial também refletiu o momento positivo e recuou 0,58%, para R$ 5,58, enquanto os DIs (juros futuros) caíram ao longo de toda a curva.

No Brasil, alguns fatores contribuíram para a alta consistente do principal índice da Bolsa. Logo no início do dia, foi divulgado o IBC-Br de agosto (prévia do PIB), que surpreendeu o mercado ao apresentar alta de 0,23%, contrariando a expectativa de estabilidade.

Coincidentemente, durante um evento realizado quase no mesmo horário da divulgação do indicador, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que “talvez a gente tenha que rever mais uma vez o PIB deste ano”. As projeções do ministro também foram refletidas no Boletim Focus desta semana.

No mesmo evento, o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, comparou as revisões do PIB ao “recalcular de rotas” de um GPS, destacando que as expectativas desancoradas se explicam pelo crescimento econômico. As falas de Galípolo, somadas ao resultado positivo do IBC-Br, contribuíram para a queda do dólar.

Além disso, considerando que a política fiscal é uma das principais preocupações do mercado, Galípolo destacou a “obstinação” de Haddad em garantir transparência fiscal. No mesmo dia, economistas revisaram para cima as previsões do resultado primário do governo para 2024 e 2025, embora tenham aumentado as projeções para a dívida pública bruta, conforme o Prisma Fiscal de outubro.

No exterior, os principais índices de Nova York fecharam em alta, impulsionados pelo bom início da temporada de balanços, com o S&P 500 batendo novo recorde. No Brasil, o otimismo seguiu impulsionado por fatores locais.

Altas e quedas do dia

A Vale (VALE3) recuou 0,32%, destoando do movimento do minério de ferro, que vinha em alta após o anúncio de novos estímulos na China. Ainda assim, a mineradora seguiu na contramão do mercado.

As ondas positivas do Ibovespa levaram mais tempo para alcançar a Petrobras (PETR4), que iniciou o dia em queda acompanhando a forte baixa do petróleo. A Opep+ reduziu novamente as previsões de crescimento da demanda global, o que pressionou os preços pela manhã. Porém, à tarde, a diretoria da Petrobras anunciou que poderá reduzir os investimentos previstos para 2025 e mencionou uma possível mudança na distribuição de dividendos extraordinários. No fechamento, PETR4 reverteu e subiu 0,24%.

O setor financeiro mostrou força, com altas expressivas: BB (BBAS3) avançou 0,72%, Santander (SANB11) ganhou 1,15%, Bradesco (BBDC4) subiu 1,49% e Itaú Unibanco (ITUB4) teve alta de 0,64%. A B3 (B3SA3) também se destacou, subindo 1,78%.

Entre os destaques positivos, Assaí (ASAI3) disparou 6,25% após a Receita Federal cancelar um arrolamento bilionário. No setor de varejo, Magazine Luiza (MGLU3) acompanhou a onda e subiu 3,70%.

O Itaú BBA trouxe novas avaliações para o segmento de vestuário: C&A (CEAB3) e Guararapes (GUAR3), controladora da Riachuelo, foram elevadas para outperform (equivalente à recomendação de compra), enquanto Lojas Renner (LREN3) manteve essa mesma classificação. Os papéis registraram altas de 5,72%, 0,74% e 1,07%, respectivamente.

Foram poucas as ações que não conseguiram pegar a onda positiva no Ibovespa e acabaram caindo. Resta saber se o mar continuará para peixe amanhã, mas em dia de pescaria farta, ninguém fica de barriga vazia.

Maiores altas do IBOV hoje (14)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
ASAI3+6,257,14
LWSA3+5,174,27
MGLU3+3,709,80
MRFG3+3,7013,17
NTCO3+3,4915,42

Maiores quedas do IBOV hoje (14)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
PRIO3-1,8843,43
RECV3-1,5917,90
BRAV3-0,9217,28
HAPV3-0,523,85
TIMS3-0,4716,90

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamento Variação em ptsVariação em %
🇧🇷 Bovespa131.005+1.012,96+0,78%
🇧🇷 USD/BRL5,5827-0,003-0,59%
🇺🇸 S&P 5005.859,85+44,82+0,77%