O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs um congelamento imediato em várias comunicações de agências federais de saúde, incluindo o CDC, a FDA e os Institutos Nacionais de Saúde. A medida, que afeta publicações no Federal Register, comunicados à imprensa e postagens em mídias sociais, tem gerado preocupações sobre a transparência e a comunicação pública durante a pandemia de COVID-19 e outras questões de saúde pública. A pausa nas comunicações vai até 1º de fevereiro, segundo memorando divulgado na última terça-feira, 21 de janeiro.

Em um memorando obtido pela Associated Press (AP), Dorothy Fink, secretária interina do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA (HHS), ordenou uma “pausa imediata” nas comunicações das agências sob sua jurisdição. Entre as principais áreas afetadas estão as regulamentações, orientações, comunicados à imprensa, postagens em mídias sociais e publicações em sites governamentais, como o Federal Register, onde o governo federal publica regras e regulamentos.

O congelamento também se aplica a uma das publicações científicas mais importantes do país, o Morbidity and Mortality Weekly Report, emitido pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Esta medida representa uma pausa nas divulgações científicas e regulatórias em um momento crucial da crise de saúde pública que os EUA enfrentam devido à pandemia.

A decisão de congelar as comunicações de saúde pública foi tomada em um momento sensível, com as agências envolvidas no combate à pandemia de COVID-19, no monitoramento de doenças e na proteção do suprimento alimentar. Agências como o CDC, os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) e a FDA têm desempenhado papéis críticos na resposta à saúde pública e na promoção da segurança alimentar.

De acordo com o memorando, as agências afetadas só poderão retomar a comunicação pública após a aprovação de um indicado político. Esse controle centralizado visa garantir que qualquer mensagem ou regulação seja alinhada com a administração do presidente Donald Trump. No entanto, a medida gerou preocupações, especialmente entre especialistas em saúde pública e defensores da transparência, que alertam para o risco de obstruir a disseminação de informações essenciais durante uma crise sanitária.

A interrupção nas comunicações públicas ocorre em um momento crítico, com os EUA enfrentando um aumento no número de casos de COVID-19 e uma demanda crescente por informações claras e precisas sobre as diretrizes de saúde pública. Especialistas apontam que essa pausa pode dificultar a divulgação de informações vitais, como novas descobertas científicas, medidas de prevenção e atualizações sobre vacinas e tratamentos.

Além disso, a medida pode afetar a confiança pública nas agências federais de saúde, já que muitos cidadãos buscam informações confiáveis e baseadas em evidências para tomar decisões sobre sua saúde. A falta de comunicação transparente e o controle centralizado das informações podem aumentar a desconfiança e a incerteza no meio da população, especialmente em um momento tão delicado.