Google e Meta violam regras de publicidade para menores em novo acordo
O Financial Times revelou nesta quinta-feira (08), que Google e Meta se envolveram em um acordo controverso que violou suas próprias políticas sobre publicidade dirigida a menores de idade. Este projeto, que uniu duas das maiores gigantes tecnológicas do mundo, foi desenvolvido para promover anúncios da Meta para jovens usuários do YouTube, com idades entre […]
O Financial Times revelou nesta quinta-feira (08), que Google e Meta se envolveram em um acordo controverso que violou suas próprias políticas sobre publicidade dirigida a menores de idade. Este projeto, que uniu duas das maiores gigantes tecnológicas do mundo, foi desenvolvido para promover anúncios da Meta para jovens usuários do YouTube, com idades entre 13 e 17 anos, direcionando-os para o Instagram.
O acordo entre Google e Meta desconsiderou regras estabelecidas que proíbem a personalização e o direcionamento de anúncios para menores de 18 anos com base em dados demográficos. A violação surgiu quando o Google desenvolveu uma campanha para promover o Instagram para o público jovem do YouTube. De acordo com o *Financial Times*, a iniciativa se revelou uma clara transgressão das diretrizes de ambos os gigantes tecnológicos, que tradicionalmente mantêm políticas rígidas quanto à publicidade direcionada a menores.
Documentos divulgados pelo *Financial Times* detalham que a campanha foi elaborada para evitar a detecção, usando táticas como a rotulação de grupos de publicidade como “desconhecidos”. O projeto foi inicialmente lançado no Canadá entre fevereiro e abril de 2024, e, devido ao sucesso, foi expandido para os Estados Unidos em maio do mesmo ano. A estratégia envolveu uma abordagem camuflada para contornar as regras e direcionar os anúncios da Meta especificamente para o público jovem, desconsiderando as diretrizes sobre a proteção de menores.
Após ser contatado pelo *Financial Times*, o Google anunciou que iniciaria uma investigação interna sobre a campanha. Pouco depois, a empresa confirmou o cancelamento do projeto. Por outro lado, a Meta defendeu suas práticas, alegando que a seleção de público “desconhecido” não violava as regras da empresa ou do Google. A Meta enfatizou que sua abordagem de marketing para jovens sempre foi transparente, conforme detalhado em uma declaração enviada ao *Financial Times*.
Apesar de serem grandes concorrentes no setor de publicidade digital, Google e Meta encontraram um terreno comum neste acordo. O Google, que buscava incrementar seus ganhos com publicidade, se uniu à Meta, que estava focada em recuperar e expandir sua base de usuários jovens, que migravam para plataformas como o TikTok. O objetivo era melhorar o engajamento da Meta com o público jovem, algo que, segundo o CEO Mark Zuckerberg, estava mostrando resultados promissores.
O timing do projeto é especialmente relevante, considerando que Mark Zuckerberg havia recentemente comparecido ao Congresso dos EUA em janeiro de 2024 para se desculpar por falhas na proteção de crianças nas plataformas da Meta. O projeto agora levanta questões sobre a integridade das políticas de proteção de menores das duas empresas, adicionando uma camada de complexidade e contradição ao contexto da campanha.