Google sob investigação antitruste no Japão: a violação das leis de concorrência no mercado de pesquisa
A Comissão de Comércio Justo do Japão (JFTC) está prestes a declarar o Google culpado por práticas monopolistas em seu serviço de pesquisa na web.
Google sob investigação antitruste no Japão: a violação das leis de concorrência no mercado de pesquisa
A Comissão de Comércio Justo do Japão (JFTC) está prestes a declarar o Google culpado por práticas monopolistas, com a empresa sendo acusada de violar as leis antitruste do país. A investigação, que se iniciou em outubro de 2023, segue uma tendência global de vigilância sobre as práticas de mercado da gigante de tecnologia. Esta notícia vem em um momento crucial, já que o Google também enfrenta investigações antitruste em outras grandes economias, como a União Europeia e os Estados Unidos, por preocupações semelhantes.
O que está acontecendo?
A Comissão de Comércio Justo do Japão (JFTC), responsável por regular as práticas de mercado no país, concluiu que o Google pode ter violado a legislação antitruste local ao adotar práticas monopolistas em seus serviços de pesquisa na web. De acordo com fontes citadas pelo Nikkei Asia, a comissão deverá em breve emitir uma ordem de desistência, solicitando que a gigante de tecnologia interrompa suas práticas prejudiciais à concorrência. A investigação está centrada no domínio que o Google exerce sobre o mercado de busca online, com especial foco em suas práticas com o navegador Chrome, o mais utilizado no mundo.
O Google tem sido uma força dominante no setor de pesquisa na web por anos, e o Chrome é um dos pilares de seus negócios. Ao reunir informações sobre os usuários, o Google consegue direcionar anúncios de maneira mais eficaz e lucrativa, o que contribui para a perpetuação do seu monopólio. Essas práticas, que afetam a concorrência no mercado de tecnologia, foram questionadas não só no Japão, mas em várias partes do mundo.
Quando e como a investigação foi iniciada
A investigação foi oficialmente iniciada em outubro de 2023, quando a JFTC anunciou que estava analisando possíveis violações das leis antimonopólio pelo Google. A comissão iniciou o processo após diversas denúncias e preocupações sobre o impacto das práticas do Google nos mercados locais e globais. Isso faz parte de um movimento global crescente contra as práticas monopolistas das grandes empresas de tecnologia.
Além do Japão, outras jurisdições estão investigando o Google, especialmente pela forma como ele domina o mercado de pesquisa online. Em 2023, a Comissão Europeia também iniciou ações semelhantes, destacando que a Google tem comportamentos prejudiciais à concorrência e ao bem-estar do consumidor.
Por que a JFTC está investigando o Google?
O foco da JFTC está na alegação de que o Google tem adotado práticas de exclusividade no mercado de pesquisa online, utilizando seu poder no mercado de navegadores e sistemas operacionais móveis, como o Android, para garantir uma vantagem competitiva indevida. O Chrome, por ser o navegador mais popular no mundo, permite que o Google colete uma vasta quantidade de dados dos usuários, o que contribui para a eficácia e lucratividade de seus anúncios direcionados. Essas práticas, no entanto, dificultam a entrada de novos concorrentes no mercado, mantendo a Google como líder de forma desleal.
Essa investigação no Japão se insere em uma série de ações antitruste que o Google tem enfrentado nos últimos anos. As autoridades de diferentes países, incluindo os Estados Unidos, começaram a intensificar suas investigações, observando com atenção o impacto de empresas como o Google no mercado global e sua influência sobre os consumidores e concorrentes.
A investigação nos Estados Unidos e na Europa
A investigação antitruste sobre o Google no Japão segue um cenário mais amplo, no qual a empresa já enfrenta desafios legais significativos. Recentemente, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos argumentou que o Google, controlado pela Alphabet, deveria vender seu navegador Chrome e ser proibido de participar do mercado de navegadores por cinco anos. Essa medida, se tomada, teria um grande impacto na forma como o Google opera, principalmente porque o Chrome é crucial para a coleta de dados dos usuários e para a personalização de anúncios.
Na União Europeia, a Google também tem sido alvo de ações antitruste. A Comissão Europeia já multou a empresa várias vezes e impôs regulamentos que buscam reduzir o poder da Google no mercado de publicidade e na pesquisa online. As autoridades europeias estão particularmente atentas às práticas de leilão de anúncios e à forma como a Google controla os resultados de busca, afetando a competitividade do setor.