Gol fecha acordo com credor e espera concluir recuperação judicial nos EUA em junho
A Gol Linhas Aéreas anunciou a conclusão de um acordo com a Whitebox Advisors, um dos seus principais credores, e espera finalizar sua recuperação judicial nos Estados Unidos até junho deste ano.

A Gol Linhas Aéreas anunciou nesta quinta-feira (8) que chegou a um acordo com a Whitebox Advisors, um de seus principais credores, para avançar no plano de recuperação judicial da companhia nos Estados Unidos. A expectativa é que o processo, iniciado sob o regime do Chapter 11, seja finalizado em junho deste ano. Este acordo é um passo crucial para a reestruturação financeira da empresa e pode pavimentar o caminho para a fusão com a Azul, prevista para 2026.
O acordo com a Whitebox Advisors
A Gol detalhou que o acordo com a Whitebox Advisors, uma das principais credoras da companhia, envolve títulos sêniores conversíveis. Estes títulos representam dívidas que podem ser convertidas em ações, com vencimento programado para este ano. A companhia aérea afirmou que o acordo resolve uma disputa pendente relacionada à contraprestação dos detentores dos títulos sêniores conversíveis de 2024, que possuem reivindicações contra a Gol Equity Finance.
Com a resolução dessa questão, a Gol espera garantir o apoio de seu último “stakeholder” econômico relevante. Isso oferece à companhia uma direção mais clara para a audiência de confirmação do plano de recuperação judicial, que será totalmente consensual, conforme anunciado pela empresa.
Como a Gol chegou ao acordo com outros credores
Este acordo com a Whitebox Advisors se soma a um compromisso já firmado com um grupo relevante de credores, que anteriormente concordaram em adquirir US$ 125 milhões (cerca de R$ 710,6 milhões) em novos títulos emitidos pela companhia. Essa injeção de recursos faz parte do processo de reestruturação financeira da Gol, que busca reduzir o nível de endividamento e viabilizar o restabelecimento da saúde financeira da empresa.
Em janeiro deste ano, a Abra, controladora da Gol, e a Azul firmaram um memorando de entendimento que, se aprovado, resultará na fusão das duas maiores companhias aéreas brasileiras. A operação depende da aprovação dos órgãos reguladores, como o CADE e a ANAC. A previsão é de que o processo de aprovação leve até um ano, com a fusão começando a operar em 2026.
Fusão com a Azul
A conclusão do processo de recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos é um dos fatores essenciais para que a fusão com a Azul aconteça. A renegociação com os credores da companhia é um passo decisivo para reduzir o nível de endividamento e garantir que a operação conjunta das duas empresas seja financeiramente viável.
A combinação das duas companhias aéreas criaria um novo gigante do setor, com mais de 60% de participação no mercado de passageiros. Embora as rotas da Gol e da Azul tenham uma sobreposição limitada, a fusão permitirá à nova companhia oferecer uma cobertura nacional mais robusta e uma frota maior, proporcionando uma vantagem competitiva significativa no mercado aéreo brasileiro.
A relevância da recuperação judicial no contexto da fusão
A recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, conhecida como Chapter 11, visa reestruturar a dívida da companhia e permitir a continuidade das operações enquanto se resolve as questões financeiras. A empresa iniciou este processo em 2020, como uma forma de superar os desafios impostos pela pandemia de COVID-19, que afetaram fortemente a demanda no setor aéreo.
Com a reestruturação, a Gol busca reduzir seu endividamento e garantir uma base financeira mais sólida para o futuro, facilitando, assim, a fusão com a Azul. A conclusão da recuperação judicial será um dos principais marcos para a aprovação do acordo de fusão entre as duas empresas.