O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima suas previsões de crescimento econômico para o Brasil em 2023 e 2024, de acordo com seu relatório Perspectiva Econômica Global divulgado nesta terça-feira (10). O aumento de 1 ponto percentual na estimativa de crescimento para este ano, agora em 3,1%, é justificado pelos resultados surpreendentes do primeiro semestre, destacando uma agricultura dinâmica e serviços resilientes. Além disso, o FMI também elevou a previsão de crescimento do PIB para 2024, passando de 1,2% para 1,5%.

Os números positivos foram impulsionados pelos dados recentes do IBGE, que revelaram um crescimento de 0,9% no PIB brasileiro no segundo trimestre, seguido por uma expansão de 1,8% no primeiro trimestre, superando as expectativas.

Embora a perspectiva do FMI seja mais otimista do que a pesquisa Focus do Banco Central, que prevê uma expansão de 2,92% do PIB em 2023, e o Ministério da Fazenda, que projeta um crescimento de 3,2% em 2023, o Conselho Executivo do FMI elogiou a política monetária atual do Brasil e pediu a continuação de uma abordagem baseada em dados.

A melhora nas projeções para o Brasil também impacta positivamente a estimativa de crescimento da América Latina e do Caribe como um todo, embora ainda represente uma desaceleração em relação a 2022. O FMI revisa suas estimativas para a região, prevendo uma expansão de 2,3% em 2023 e 2024, devido à normalização do crescimento, políticas monetárias mais restritivas e condições externas mais fracas.

No entanto, as Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, incluindo o Brasil, veem uma estabilidade em 2023 e uma queda de 0,1 ponto em 2024, com crescimento projetado de 4,0%, após um crescimento de 4,1% em 2022.

Em relação à inflação, o FMI destaca que a tendência de diminuição continua em todo o mundo, enquanto os bancos centrais mantêm políticas rigorosas. Para o Brasil, o Fundo prevê uma média de 4,7% de inflação em 2023 e 4,5% em 2024, com taxas anuais de 4,9% e 3,9% no final de cada ano, respectivamente.