O fluxo estrangeiro na B3 apresentou estagnação no terceiro trimestre de 2025, registrando o saldo líquido mais baixo em um ano. Segundo dados da consultoria Elos Ayta, entre julho e setembro, o capital estrangeiro teve entrada líquida de apenas R$ 170 milhões, considerando ofertas públicas iniciais (IPOs) e follow-ons. Sem esses eventos, o saldo líquido cairia para apenas R$ 64 milhões, mostrando um enfraquecimento relevante em relação aos trimestres anteriores.

A movimentação reduzida reflete a cautela de investidores internacionais, que testaram a atratividade do mercado brasileiro nos primeiros meses do ano e agora aguardam sinais mais claros sobre a economia e o comportamento das ações antes de ampliar sua exposição. Apesar disso, setembro apresentou sinais de recuperação, com saldo líquido de R$ 5,27 bilhões, melhor resultado desde junho, mostrando que o fluxo estrangeiro pode retomar o ritmo positivo.

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Estagnação do fluxo estrangeiro no 3º trimestre

Entre julho e setembro de 2025, o fluxo estrangeiro na B3 registrou volumes de compras e vendas próximos, reforçando o cenário de estagnação. As compras somaram R$ 825,34 bilhões, enquanto as vendas alcançaram R$ 825,28 bilhões, configurando a menor movimentação desde o segundo trimestre de 2024.

Para comparação, no trimestre anterior (abril a junho), as compras totalizaram R$ 939,36 bilhões e as vendas R$ 923,56 bilhões, ambos os números entre os maiores desde 2022. Esse contraste evidencia como o terceiro trimestre foi marcado por uma postura mais cautelosa dos investidores internacionais, que monitoram fatores econômicos e políticos antes de ampliar investimentos em ações brasileiras.

A queda do fluxo também está ligada a acontecimentos globais, como a decisão do ex-presidente Donald Trump de anunciar tarifas sobre o Brasil, que impactaram temporariamente o câmbio e a confiança dos investidores no início do trimestre.

Recuperação em setembro reforça tendência positiva

Apesar do desempenho mais fraco no trimestre, setembro apresentou uma recuperação significativa no fluxo de capital estrangeiro. O saldo líquido no mês alcançou R$ 5,27 bilhões, superando os meses de julho e agosto, e aproximando-se do resultado de junho, que registrou entrada de R$ 5,39 bilhões.

A entrada de recursos em setembro ocorreu principalmente por meio de compras no mercado secundário, sem considerar IPOs ou follow-ons, mostrando que o interesse em ações brasileiras permanece, mesmo sem a influência de grandes ofertas públicas. Segundo análise do JPMorgan, esse resultado reforça que o capital estrangeiro ainda vê valor no mercado local e há espaço para novas entradas de US$ 20 a 30 bilhões nos próximos meses, considerando métricas como alocação global em ações de emergentes e participação estrangeira na B3.

Tendência ao longo do ano e postura cautelosa

O comportamento do fluxo estrangeiro em 2025 revela um padrão de entradas majoritárias, com saldo positivo em 7 dos 9 primeiros meses do ano. As únicas exceções foram abril e junho, sendo junho marcado pela maior retirada do ano, com saída líquida de R$ 6,27 bilhões.

Até 3 de outubro, o saldo líquido acumulado era de R$ 240 milhões, um início considerado modesto, mas alinhado à recuperação observada em setembro. Para analistas, essa estagnação temporária no terceiro trimestre reflete uma postura de cautela dos investidores internacionais, que aguardam sinais mais claros sobre política econômica, inflação e taxa de juros antes de reforçar posições na B3.

Acumulado de entradas líquidas até setembro

Mesmo com o terceiro trimestre mais fraco, o acumulado de entradas líquidas no ano permanece expressivo. Até setembro de 2025, o fluxo estrangeiro na B3 registrou:

  • R$ 27,07 bilhões incluindo IPOs e follow-ons;
  • R$ 26,51 bilhões considerando apenas o mercado secundário.

Esse volume demonstra que, apesar das oscilações trimestrais, o Brasil continua sendo um destino relevante para investidores internacionais, que monitoram oportunidades em ações e setores estratégicos da economia.

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