O Federal Reserve (Fed) evitou nesta quarta-feira (30) definir o rumo dos juros para a próxima reunião de setembro. Jerome Powell, presidente do Fed, afirmou que ainda não há decisão tomada sobre a taxa de juros naquele encontro, ressaltando a necessidade de avaliar os impactos das tarifas comerciais impostas recentemente e a pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por cortes nos juros.

Fed evita definir rumo dos juros para setembro: decisão fica para reunião

Durante entrevista coletiva após o anúncio da decisão da reunião de julho, Jerome Powell deixou claro que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) não antecipa decisões e que o cenário econômico ainda está em evolução para que possam tomar uma decisão informada sobre a taxa de juros em setembro.

A decisão do Fed é aguardada com grande expectativa pelos mercados financeiros, principalmente por conta das recentes tarifas impostas pelos EUA em meio a disputas comerciais globais. Powell destacou que “não tomamos nenhuma decisão sobre setembro, não fazemos isso com antecedência”, reforçando que o caminho dos juros dependerá dos dados econômicos futuros.

Impactos das tarifas e pressão do presidente Trump

A imposição de tarifas sobre produtos importados pelo governo Trump já começa a influenciar os preços no país, embora os efeitos completos sobre a economia e inflação ainda sejam difíceis de quantificar.

Powell apontou que os primeiros sinais dos impactos das tarifas já podem ser sentidos em alguns preços, mas que a atividade econômica e a inflação ainda não refletem esses efeitos de maneira clara. Ele acrescentou que “o processo provavelmente será mais lento do que o esperado no início” e que o Fed precisa de mais tempo para entender as consequências.

Paralelamente, o presidente Donald Trump voltou a pressionar o Fed para cortar os juros, argumentando que uma redução na taxa impulsionaria a economia americana. Na terça-feira (29), Trump afirmou que “ele [Powell] precisa fazer isso”, ao sugerir que a política monetária mais branda beneficiaria o crescimento do país.

Manutenção da taxa de juros e divergências internas no Fed

Na reunião realizada nesta semana, o Fomc decidiu manter a taxa de juros no intervalo entre 4,25% e 4,50% ao ano. A decisão, porém, não foi unânime: os diretores Michelle Bowman e Christopher Waller votaram contra, defendendo um corte de 0,25 ponto percentual.

Powell explicou que, enquanto o pleno emprego está dentro da meta do Fed, a inflação continua distante do objetivo, o que justifica a manutenção da política monetária restritiva. Segundo ele, “quando temos riscos para ambos os objetivos e um deles está mais distante da meta — hoje, esse é a inflação — isso significa que a política monetária deve permanecer restritiva”.

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