As recentes enchentes no Rio Grande do Sul têm deixado um rastro de impacto nas lavouras do estado. Em meio a esse cenário desafiador, um levantamento do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) revela que cerca de 3.000 apólices de seguro rural estão com aviso de sinistro até o momento. Esta situação representa uma parte das 16 mil apólices comercializadas para as principais culturas de verão, como arroz, milho e soja, nas regiões afetadas pelas enchentes desde o final de abril.

O Rio Grande do Sul, um dos principais estados agrícolas do país, enfrenta graves consequências devido às enchentes. Além dos danos diretos às lavouras, a situação afeta diretamente os produtores rurais que, por meio do seguro rural, buscam proteger suas atividades contra imprevistos climáticos. As 3.000 apólices com aviso de sinistro representam não apenas perdas financeiras, mas também desafios significativos para a recuperação dessas áreas agrícolas.

Jônatas Pulquério, diretor de gestão de riscos do Mapa, expressa preocupação em assegurar o melhor atendimento aos produtores segurados. Ele destaca a importância do acompanhamento para avaliar as consequências nas lavouras afetadas e garantir que os produtores recebam a assistência necessária nesse momento crítico.

Além dos impactos locais, as enchentes no Rio Grande do Sul refletem-se em um contexto nacional. Um levantamento da CNseg revela que as seguradoras em todo o país já registraram mais de R$ 1,6 bilhão em pedidos de indenizações devido às fortes chuvas e enchentes. Esse montante abrange diversos tipos de produtos de seguro, evidenciando a magnitude do problema enfrentado pelos agricultores e pelas seguradoras.

Diante da gravidade da situação, as seguradoras estão adotando medidas emergenciais para oferecer assistência adequada aos segurados no Rio Grande do Sul. No entanto, enfrentam desafios significativos, como a dificuldade de comunicação, comprovação e apuração dos sinistros, além das limitações impostas pela impossibilidade de realizar vistorias e pelo extravio de documentos. Para contornar esses obstáculos, as seguradoras estão avaliando maneiras de flexibilizar os requisitos de documentação para regulação de sinistros, incluindo a aceitação de notas fiscais de aquisição de insumos como comprovação de perdas.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.