Empresas registram captação recorde em julho; maior volume mensal desde 2012
De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), as empresas registraram a captação do valor recorde de R$ 96 bilhões no mercado de capitais em julho, marcando o maior volume mensal registrado desde o início da série histórica em 2012. Além disso, a Anbima informou que no […]

De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), as empresas registraram a captação do valor recorde de R$ 96 bilhões no mercado de capitais em julho, marcando o maior volume mensal registrado desde o início da série histórica em 2012.
Além disso, a Anbima informou que no acumulado de janeiro a julho de deste ano, o valor também atingiu um recorde histórico para o período, totalizando R$ 435,1 bilhões.
Esse crescimento é atribuído principalmente ao segmento de renda fixa, impulsionado pela manutenção da taxa de juros em dois dígitos. Um destaque foi a emissão de debêntures, que alcançou R$ 50,1 bilhões em julho, o maior valor mensal da série histórica.
Já no acumulado do ano, as emissões de debêntures somaram R$ 256,8 bilhões, superando todo o ano de 2023.
A maior parte dos recursos captados por meio de debêntures em julho foi direcionada para investimentos em infraestrutura, representando 32,3% do total. Além disso, o prazo médio das debêntures emitidas subiu para 10,3 anos, o maior registrado em 2024, refletindo um mercado mais maduro e diversificado.
Entre os ativos isentos de Imposto de Renda, os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) captaram R$ 34,7 bilhões de janeiro a julho, atingindo um novo recorde para o período.
Sobre os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), os dados apresentaram um desempenho sólido, com captações de R$ 25,4 bilhões, um aumento de 36,8% em relação aos primeiros sete meses de 2023, embora sem estabelecer novos recordes.
Impactos da Sabesp
No mês de julho, a Anbima destacou que, embora a renda variável tenha registrado um volume considerável de captação, a maior parte desse montante se concentrou em uma única operação: a oferta secundária de ações da Sabesp (SBSP3).
Vale lembrar que essa operação específica resultou na privatização da companhia de saneamento de São Paulo e levantou R$ 14,8 bilhões.
No total, as ofertas secundárias em julho somaram R$ 17 bilhões, representando o maior volume mensal registrado nos últimos 24 meses.
É importante ponderar que, apesar dos resultados positivos, essa concentração em uma única operação sugere que o apetite geral do mercado por renda variável pode não ter sido tão forte, apesar do elevado volume de captação registrado no mês.