Meses após representantes da Disney (DISB34) e o governador da Flórida, Ron DeSantis, concordarem em encerrar uma longa disputa legal, os dois lados estão prestes a aprovar um acordo que pode resultar em um investimento de até US$ 17 bilhões no resort da empresa, possibilitando a criação de um quinto grande parque temático no Walt Disney World.

Os cinco supervisores nomeados por DeSantis, responsáveis pelo distrito da Disney World, votaram inicialmente a favor de um novo acordo de desenvolvimento. Ambos os lados concordaram em negociar este acordo após a resolução dos processos judiciais no Estado, concluída em março. A votação final para aprovação do acordo está marcada para a próxima semana.

“Estamos caminhando para um novo dia e estou entusiasmado com o rumo que isso vai tomar”, afirmou Charbel Barakat, vice-presidente do conselho distrital. “Eu só queria que tivéssemos chegado aqui mais cedo”, acrescentou.

O diretor de relações externas do parque da Disney, Woody Rodriguez, informou aos membros do conselho que o acordo permitirá à empresa fazer investimentos substanciais na Disney World.

O Distrito de Turismo e Supervisão da Flórida Central presta serviços municipais como combate a incêndios, planejamento e controle de mosquitos, entre outros. Este distrito foi controlado pela Disney durante a maior parte dos últimos cinquenta anos, até ser assumido por assessores nomeados por DeSantis no ano passado.

Planos de Expansão da Disney

Conforme os termos do acordo, ao longo da próxima década, a Disney terá permissão para construir um quinto grande parque temático no Walt Disney World, além de mais dois parques menores, como parques aquáticos.

A empresa poderá aumentar o número de quartos de hotel de quase 40 mil para mais de 53 mil e expandir o espaço comercial e de restaurantes em mais de 20%. A Disney manterá o controle sobre a altura dos edifícios para preservar o ambiente envolvente.

Em contrapartida, a empresa terá que doar até 100 acres (40 hectares) dos 24 mil acres (9.700 hectares) da Disney World para projetos de infraestrutura controlados pelo distrito. A Disney também deverá garantir que pelo menos metade de seus projetos de construção sejam realizados por empresas sediadas na Flórida e investir no mínimo US$ 10 milhões em moradias populares na região central da Flórida.

O acordo de março pôs fim a quase dois anos de litígio, desencadeado quando DeSantis assumiu o controle do distrito, anteriormente gerido por apoiadores da Disney, após a empresa se opor a uma lei da Flórida que os críticos apelidaram de “Não diga gay”.

Sobre a lei

A lei, aprovada em 2022, proíbe aulas presenciais sobre orientação sexual e identidade de gênero nas séries iniciais. Defendida pelo governador republicano Ron DeSantis, a legislação foi motivo de inúmeros ataques à Disney em seus discursos, até que ele suspendeu sua campanha presidencial este ano.

Em represália à oposição da Disney à polêmica lei, DeSantis assumiu o controle do distrito por meio de uma lei aprovada pelo Legislativo da Flórida, controlado pelos republicanos, e nomeou um novo conselho de supervisores.

A Disney processou DeSantis e seus indicados, alegando que os direitos de liberdade de expressão da empresa foram violados por se manifestarem contra a legislação. Um juiz federal rejeitou o processo em janeiro, mas a Disney recorreu. Como parte do acordo de março, a Disney concordou em suspender o recurso da ação federal.

Gabryella Mendes

Redatora do Melhor Investimento.