Dia de caos nas bolsas: o que aconteceu com os mercados globais hoje?
Mercado financeiro em pânico! A possibilidade de recessão na maior economia do mundo, os Estados Unidos, provocou um grande caos e uma queda generalizada nas Bolsas de Valores globais nesta segunda-feira (05). O primeiro impacto do dia foi sentido na Ásia, com o índice japonês Nikkei 225, que inclui as principais ações em Tóquio, despencando […]

Mercado financeiro em pânico! A possibilidade de recessão na maior economia do mundo, os Estados Unidos, provocou um grande caos e uma queda generalizada nas Bolsas de Valores globais nesta segunda-feira (05).
O primeiro impacto do dia foi sentido na Ásia, com o índice japonês Nikkei 225, que inclui as principais ações em Tóquio, despencando 12,4%, enquanto o dólar e o euro desvalorizaram em relação ao iene. A perda foi histórica, com o pior resultado registrado desde 1987.
Vale destacar que os principais motivos para a negatividade generalizada nas negociações de hoje vêm do mercado de trabalho dos Estados Unidos e das movimentações econômicas no Japão.
Em seguida, as bolsas da Europa também sentiram o impacto, com o índice Stoxx 600 encerrando o dia com uma queda de 2,17%. Do outro lado do Atlântico, os índices em Wall Street também operavam em baixa geral.
O Brasil não ficou imune ao impacto global e o Ibovespa abriu a sessão de hoje com um recuo superior a 2%, enquanto o dólar chegou a tocar R$ 5,86.
No entanto, após o choque inicial, a moeda americana perdeu parte do fôlego e passou a operar de forma mais estável, negociada em torno de R$ 5,72. O Ibovespa também recuperou parte das perdas, com um recuo próximo de 0,6%.
Mercado acredita que movimentação é passageira
Para o mercado, o movimento observado nesta segunda-feira tende a ser passageiro, visto como um choque que exige correções por parte de investidores e fundos que estavam otimistas após a última reunião do Federal Reserve. Durante o encontro, o Fed sinalizou possíveis cortes nas taxas de juros em setembro.
No entanto, esse otimismo durou até a última sexta-feira (02), quando dados mostraram que a criação de vagas de trabalho nos EUA desacelerou mais do que o esperado em julho, e a taxa de desemprego subiu para 4,3%.
Esse resultado gerou preocupações sobre uma possível recessão na maior economia do mundo, o que já havia impactado os mercados na semana passada.
Francisco Nobre, economista da XP, fez observações sobre esse cenário. “Vimos todas as bolsas caindo muito. Geralmente, quando temos perspectiva de cortes de juros nos EUA, isso tende a valorizar o mercado de ações, com as bolsas subindo. Apesar disso, quando combinamos isso com uma preocupação de recessão, a tendência é impactar a perspectiva de lucro das empresas.”
Mesmo com a fraqueza nos números do mercado de trabalho, eles não seriam suficientes para indicar uma deterioração que fosse consistente com uma recessão iminente.
Regra de Sahm
Além do pessimismo gerado pelos números inesperados do mercado de trabalho americano, os dados divulgados na última sexta-feira também levantaram preocupações sobre o risco de ativação da chamada Regra de Sahm, um indicador de recessão baseado em resultados de emprego.
Essa regra, desenvolvida pela economista Claudia Sahm, sugere que uma economia está em recessão se a taxa de desemprego subir 0,5 ponto percentual ou mais na média de três meses em relação ao menor nível registrado nos 12 meses anteriores.
O presidente do Federal Reserve de Chicago, Austan Goolsbee, comentou na segunda-feira que o Fed reagirá a qualquer “deterioração” na economia. Em entrevista à CNBC, Goolsbee afirmou que “o trabalho do Fed é muito simples: maximizar o emprego, estabilizar os preços e manter a estabilidade financeira”.
Ele ainda acrescentou que o Fed está atento ao futuro e que, se condições adversas começarem a se manifestar e houver deterioração em qualquer uma dessas áreas, a instituição tomará as medidas necessárias.
“Não há mau tempo. Há apenas roupas ruins. As condições vêm, e vamos responder conforme apropriado,” disse Goolsbee antes da abertura do mercado.