Lula reforça apoio a Haddad em meio à crise e pressão do Congresso sobre aumento do IOF
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrenta forte pressão do Congresso após o aumento das alíquotas do IOF, que gerou críticas e articulações para derrubar o decreto.

A crise do IOF provoca tensão no governo, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrentando críticas e pressão do Congresso. Em evento no Paraná, Haddad usou a palavra “sofrimento” para descrever os ataques sofridos, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em sua defesa, destacando sua importância para os avanços do governo.
Ministro Haddad rebate críticas durante crise do IOF
Na quinta-feira (29), durante a cerimônia de criação do Assentamento Maila Sabrina, em Ortigueira (PR), o ministro Fernando Haddad comentou sobre a crise do IOF e as críticas ao aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras. Haddad afirmou que, apesar do “sofrimento” causado pela pressão e pelos ataques, “servir ao governo Lula é sempre interessante”. A declaração revelou a tensão que o ministro enfrenta por conta da medida, que gerou forte repercussão negativa no Congresso e no mercado financeiro.
Congresso articula derrubada do decreto que elevou o IOF
A crise do IOF ganhou um novo capítulo com a reação do Congresso Nacional. Parlamentares estão organizando a votação de projetos de decreto legislativo (PDLs) para anular o aumento das alíquotas, o que mostra a resistência da base aliada e da oposição à medida. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), deixou claro que o “clima é para derrubada do decreto do IOF” e deu um prazo de 10 dias para que o governo apresente um plano alternativo.
Reunião decisiva entre Haddad e líderes do Congresso
Na quarta-feira (28), o ministro da Fazenda se reuniu com o presidente da Câmara, Hugo Motta, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para discutir a crise do IOF. Durante o encontro, Haddad afirmou que não existe uma alternativa imediata à elevação do imposto e alertou para o risco de paralisação da máquina pública caso o decreto seja derrubado sem uma compensação financeira. Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, a equipe econômica trabalha em medidas para 2026, mas mantém a importância da arrecadação obtida com o aumento do IOF em 2025.
Objetivos e impacto do aumento do IOF na arrecadação pública
O decreto que elevou o IOF foi publicado no último dia 22 com o objetivo de aumentar a arrecadação do governo federal e garantir o equilíbrio fiscal. A previsão é que o aumento gere uma receita adicional de R$ 20,5 bilhões ao longo de 2025. Apesar de um recuo parcial que retirou a cobrança sobre remessas de fundos ao exterior, a medida ainda enfrenta forte resistência interna e do mercado financeiro, que consideram o imposto prejudicial ao ambiente econômico. A crise do IOF reflete as dificuldades do governo em equilibrar as contas públicas sem afetar setores estratégicos da economia.
Lula reforça papel de Haddad e a importância da negociação política
No mesmo evento no Paraná, o presidente Lula aproveitou para destacar o papel do ministro Haddad e do chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, nos avanços do governo, especialmente em áreas sensíveis como o campo e a negociação política. Lula afirmou que “quando a gente tem gente competente para sentar numa mesa e fazer negociação, a gente consegue muitas coisas nesse país”. O apoio público do presidente mostra que, apesar da crise do IOF, Haddad mantém respaldo importante no Palácio do Planalto.