Empreendedor, não ‘Careca do INSS’: empresário se defende em depoimento à CPMI
Preso pela Polícia Federal, ele afirmou que toda a sua fortuna foi construída de forma honesta e negou qualquer envolvimento em fraudes previdenciárias.
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Na sessão mais aguardada da CPMI do INSS, realizada nesta quinta-feira (25), o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, preso pela Polícia Federal, negou qualquer envolvimento em fraudes e rejeitou o apelido de “Careca do INSS”. Durante seu depoimento, o executivo buscou se apresentar como um “empreendedor nato”, defendendo a legalidade de suas atividades e afirmando que sua fortuna foi construída de forma honesta e dedicada.
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Depoimento de Antônio Carlos Camilo Antunes à CPMI do INSS
O empresário, apontado como um dos possíveis articuladores de um esquema que desviou recursos de aposentadorias e pensões, afirmou categoricamente que o apelido que se tornou popular na mídia não condiz com sua trajetória:
“Jamais fui esse personagem fictício, o chamado Careca do INSS. Esse rótulo foi criado para alimentar uma narrativa fantasiosa. Minha vida foi construída com 47 anos de trabalho, resiliência e determinação.”
Ao longo da sessão, Antunes reforçou que suas empresas prestaram serviços exclusivamente a associações ligadas ao INSS, sem que houvesse qualquer irregularidade em suas atividades. Ele destacou que todo o patrimônio que possui é fruto de esforço próprio:
“Toda minha prosperidade é fruto de trabalho honesto. Nunca possuí patrimônio oriundo de roubo ou de qualquer prática ilícita. Tampouco ocultei bens no Brasil ou no exterior.”
O depoimento chamou atenção pelo tom firme do empresário, que tentou desassociar sua imagem do esquema investigado pela CPMI.
Conflitos e tensão na CPI
Apesar da tentativa de se distanciar do apelido, os parlamentares continuaram se referindo a Antônio Carlos como “Careca do INSS”. O relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), chegou a provocar o empresário ao afirmar que a comissão estava diante do “autor do maior roubo aos aposentados”.
A situação gerou confronto direto entre o advogado do empresário, Cleber Lopes, e o deputado Zé Trovão (PL-SC), culminando em um bate-boca que levou o vice-presidente da CPI, Duarte Jr. (PSB-MA), a suspender os trabalhos por alguns minutos, mantendo a ordem e evitando maiores confrontos.
Este episódio ilustra a tensão da sessão, marcada por debates acalorados e acusações diretas sobre a responsabilidade pelos supostos desvios de recursos previdenciários.
Direito ao silêncio e estratégias de defesa
Durante seu depoimento, Antônio Carlos Camilo Antunes exerceu seu direito de permanecer em silêncio diante de perguntas que poderiam incriminá-lo. Ele argumentou que já havia sido “condenado sem ser ouvido” em declarações anteriores, reforçando a cautela jurídica adotada para se proteger legalmente.
O uso do direito ao silêncio é uma prática comum em CPIs, especialmente quando há risco de autoincriminação ou quando investigações anteriores geraram interpretações desfavoráveis sobre a atuação do investigado.
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