O consumo de energia das residências no Brasil registrou crescimento de 5,9% em julho de 2025 na comparação com o mesmo período do ano passado, alcançando 14.219 gigawatts-hora (GWh), segundo dados divulgados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O aumento é atribuído principalmente às condições climáticas mais frias em grande parte do país, que incentivaram o uso de aquecedores, além de fatores econômicos como a melhora no emprego e na renda familiar.

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Enquanto o setor residencial apresentou expansão, outros segmentos de consumo de energia elétrica mostraram retração. A indústria, por exemplo, reduziu sua demanda em 1%, atingindo 16.617 GWh, com 18 dos 37 setores acompanhados pela EPE registrando queda. Já o comércio teve diminuição de 1,5%, totalizando 7.766 GWh, influenciado pelo clima mais ameno e pelo crescimento da micro e minigeração distribuída (MMGD), que permite aos consumidores gerar sua própria energia. O grupo “outros” também apresentou retração, com queda de 3,6%, para 6.575 GWh.

No consolidado, o consumo de eletricidade no país atingiu 45.177 GWh em julho de 2025, registrando alta de 0,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Esse resultado interrompe a sequência de três meses consecutivos de queda no consumo nacional, indicando uma recuperação gradual no uso de energia elétrica.

Frio intenso e aumento da renda impulsionam o consumo residencial

O crescimento do consumo de energia das residências em julho está diretamente relacionado às baixas temperaturas registradas em diversas regiões do Brasil. O uso de aquecedores e outros sistemas de aquecimento residencial foi intensificado, contribuindo significativamente para o aumento da demanda.

Além do fator climático, a EPE destaca que a melhora no mercado de trabalho e na renda das famílias também contribuiu para o aumento do consumo. Outro ponto relevante foi a expansão da base de consumidores, com mais residências conectadas à rede elétrica, o que naturalmente eleva o consumo total.

Setores industrial e comercial apresentam retração

Enquanto o consumo residencial avançou, o setor industrial mostrou retração em julho de 2025. Entre os 37 setores monitorados pela EPE, 18 registraram queda, refletindo uma desaceleração em atividades específicas da indústria. O total de eletricidade consumida pelo setor industrial ficou em 16.617 GWh, recuo de 1% na comparação anual.

O segmento comercial também reduziu sua demanda, com queda de 1,5%, alcançando 7.766 GWh. Segundo a EPE, esse resultado pode ser explicado pelo clima mais ameno, que diminui a necessidade de aquecimento ou refrigeração nos estabelecimentos, e pelo crescimento da geração própria de energia através da MMGD. Essa modalidade permite que empresas e residências reduzam a dependência da rede elétrica convencional.

O grupo “outros”, que inclui serviços públicos, iluminação pública e pequenas indústrias, teve retração de 3,6%, para 6.575 GWh.

Diferenças regionais no consumo de energia

A análise por região mostra variações significativas no consumo de energia elétrica. O Sul registrou a maior alta, de 4,4%, influenciado por uma base comparativa menor em julho de 2024, quando as enchentes no Rio Grande do Sul afetaram o consumo.

O Nordeste apresentou crescimento de 1,7%, enquanto o Norte avançou 1,0%. Por outro lado, as regiões Sudeste e Centro-Oeste registraram queda de 1,1% cada, refletindo menor demanda em função das condições climáticas e da adoção crescente da geração distribuída.

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