A confiança do consumidor brasileiro caiu pelo terceiro mês seguido em fevereiro, atingindo o menor patamar desde agosto de 2022, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (24) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 2,6 pontos no mês, chegando a 83,6 pontos, o menor nível em um ano e meio.

Segundo Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE, o resultado reflete uma deterioração das expectativas futuras, acumulando uma queda de mais de 10 pontos nos últimos três meses. Em fevereiro, o Índice de Expectativas (IE) caiu 4,3 pontos, alcançando 87,3 pontos, enquanto o Índice da Situação Atual (ISA) manteve-se estável em 79,4 pontos.

O principal fator para a queda da confiança no período foi a redução na intenção de compras de bens duráveis, que registrou uma queda expressiva de 9,9 pontos, atingindo 75,2 pontos — o menor nível desde agosto de 2022. “O resultado confirma um maior pessimismo entre os consumidores nesse início de ano, afetando todas as faixas de renda, mas com impacto mais forte entre os de menor poder aquisitivo”, destacou Gouveia.

Fatos que influenciaram na queda

Entre os fatores que contribuem para essa percepção negativa, estão a alta da inflação de alimentos, que reduz o poder de compra das famílias, e a elevação da taxa de juros, que pressiona o endividamento das famílias. Em janeiro, o Banco Central aumentou a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano, repetindo o movimento de dezembro e sinalizando uma nova alta para março.

O que é a confiança do consumidor?

A confiança do consumidor é um indicador econômico que mede o grau de otimismo ou pessimismo das pessoas em relação à economia e à sua situação financeira. Esse índice é baseado em pesquisas que avaliam a percepção dos consumidores sobre o presente e suas expectativas para o futuro.

Quando a confiança do consumidor está alta, significa que as pessoas estão mais confiantes sobre sua renda e o futuro da economia. Isso geralmente leva a um aumento no consumo, impulsionando setores como comércio e serviços.

Por outro lado, quando a confiança está baixa, como no caso do Brasil em fevereiro de 2025, os consumidores tendem a reduzir gastos, especialmente em itens de maior valor, como eletrodomésticos e carros. Isso pode afetar negativamente o crescimento econômico, pois o consumo das famílias é um dos motores da economia.

Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.