EUA iniciam exigência de caução de até R$ 82 mil para vistos de turismo e negócios
Os Estados Unidos iniciarão, em 20 de agosto, um programa-piloto que poderá exigir caução de até R$ 82 mil de solicitantes de vistos de turismo e negócios.
Foto: Freepik
O governo dos Estados Unidos começará a testar, a partir de 20 de agosto, um novo modelo de política imigratória que poderá exigir caução de até R$ 82 mil para vistos de turismo e negócios. O objetivo da medida é conter a permanência irregular de estrangeiros no país. A iniciativa é parte de um programa-piloto publicado no Diário Oficial americano e dá aos oficiais consulares autonomia para aplicar a exigência conforme critérios definidos.
Nova política de caução para vistos entra em vigor em agosto
O programa-piloto anunciado pelas autoridades americanas visa introduzir uma caução obrigatória para determinados solicitantes de vistos B1 (negócios) e B2 (turismo), com valores que podem chegar a US$ 15 mil, equivalentes a cerca de R$ 82 mil. Segundo o Departamento de Estado dos EUA, os montantes poderão variar entre US$ 5 mil, US$ 10 mil e US$ 15 mil, com expectativa de que o valor inicial praticado fique em torno de US$ 10 mil.
A implementação da medida ocorrerá a partir de 20 de agosto e está inserida em um contexto mais amplo de endurecimento das regras de entrada no território americano, especialmente para cidadãos de países com altos índices de overstay — ou seja, aqueles que permanecem no país além do período permitido pelo visto.
Países com mais irregularidades serão os mais afetados
De acordo com dados da Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP), os países com maior taxa de permanência irregular incluem Chade, Eritreia, Haiti, Mianmar e Iêmen, além de outros da África subsaariana como Burundi, Djibouti e Togo.
Para esses países, os critérios de triagem e verificação de informações pessoais são considerados frágeis pelas autoridades americanas. Por isso, os solicitantes de vistos desses locais poderão ser os primeiros impactados pela nova exigência de caução, que funcionará como uma espécie de garantia financeira contra o descumprimento das regras migratórias.
Contexto político: medida reflete endurecimento das políticas de Trump
Essa nova exigência está em linha com outras medidas já adotadas durante o governo de Donald Trump, que priorizou o aumento do controle fronteiriço e o combate à imigração ilegal. Em junho, por exemplo, o então presidente impôs restrições totais ou parciais à entrada de cidadãos de 19 países, sob o argumento de segurança nacional.
Vale lembrar que um modelo semelhante de caução já havia sido proposto em novembro de 2020, também sob a gestão Trump. No entanto, o avanço do projeto foi interrompido pela queda no turismo global provocada pela pandemia de Covid-19, que reduziu drasticamente a emissão de vistos e o fluxo internacional de passageiros.
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